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  • 03/01/2018 12:05

    Aí é que está o busílis, o grande dilema que o povo brasileiro enfrentará nas eleições de 2018. Em outubro, terá oportunidade de eleger do presidente da República ao deputado estadual, passando por governadores, senadores e deputados federais.

     As dificuldades tornam-se maiores no topo da pirâmide, diante dos nomes que se apresentam como candidatos a presidente. Quem realmente tem chances de vitória, sem exceção, tem embaraços com a Lava-Jato ou com a Justiça, uma vez que somente os menores ou nanicos mostram-se incólumes.

    Quem lê esta coluna semanal sabe que, em princípio e sob condições, já escolhi meu candidato. Trata-se do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que representará compromissos identificados com o desenvolvimento, a responsabilidade fiscal e a seriedade na gestão da coisa pública. No entanto, como sobre ele pesam acusações de ter recebido recursos escusos de campanha em pleitos anteriores – caixa 2, que dê explicações convincentes aos seus eleitores, sob pena de perder o voto e as eleições. No PSDB todos naufragaram. Sabe-se que o governador leva uma vida monástica e que mora há anos no mesmo e modesto apartamento, embora já esteja em seu quarto mandato no governo de São Paulo. O fato é auspicioso, porque contraria os padrões do político brasileiro, que logo cuida de engordar o patrimônio, ainda que prefeitinho do menor município no Brasil profundo. Não custa aguardar a palavra final do candidato, a quem se exige não apenas que seja, mas que também pareça honesto.

    Segundo pesquisa do Ibope, em sentido contrário do que acontecia no passado, quando as dificuldades afloravam com a tragédia dos sistemas de segurança e saúde, 62% dos brasileiros consideram hoje a corrupção o grande desafio do país. Assenta-se que ou o Brasil acaba com o assalto aos cofres públicos ou os ladrões do erário acabarão de vez com o Brasil, como ocorria nos tempos do Brasil rural, a respeito da praga da saúva, que tomava conta de grande parte das terras agricultáveis do país.

    A situação alcança contornos bem mais graves, quando considerado o telhado de vidro dos demais candidatos e seus partidos, além da experiência histórica recente, nem um pouco lisonjeira. Fernando Collor, o “caçador de marajás”, veja-se o perigo, elegeu-se com o discurso anticorrupção e deu no que deu. Terminou cassado, na crista de um dos maiores escândalos de violência contra o patrimônio da Viúva, capitaneado pelo famoso PC Farias e denunciado por seu irmão Pedro Collor. E na época o quadro de combate aos crimes contra o tesouro não se mostrava tão favor ável como agora, levando-se em conta que apenas 20% da população considerava a corrupção como importante problema a ser vencido dentre as demais mazelas nacionais.

    Lula da Silva é emblemático. Perdeu-se, não tem saída. Não haverá contorcionismo verbal capaz de justificar o sítio de Atibaia, o tríplex do Guarujá e as “palestras internacionais” pagas a peso de ouro, dentre outros processos criminais que o envolvem. Bolsonaro, o menino de ouro da direita de corredor, expressão do despreparo e da inexperiência, tem rastro no Supremo, Tribunal Federal, enquanto no oposto ideológico, a bela comunista Manuela D’Ávila amarga acusações não contestadas de recebimento de grana da Odebrecht.

    O nivelamento de todos na mesma vala leva ao desânimo e à descrença no regime democrático, a um passo de autorizar aventuras autoritárias e ditatoriais, uma ameaça sempre presente.

    paulofigueiredo@uol.com.br

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