• Fed vê inflação mais alta e persistente e aponta incerteza e risco à atividade

  • 09/05/2022 17:54
    Por Gabriel Bueno da Costa / Estadão

    O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) alerta para o fato de que a inflação nos Estados Unidos está mais elevada e persistente do que o esperado e aponta que a incerteza sobre sua trajetória é um risco “para as condições financeiras e a atividade econômica”. A avaliação está no relatório sobre estabilidade financeira da instituição, publicado nesta segunda-feira. 9.

    O Fed diz que, desde a publicação do mesmo relatório em novembro do ano passado, “a incerteza sobre a perspectiva global tem aumentado”.

    A guerra da Rússia na Ucrânia provoca grande incerteza no curto prazo e o confronto e eventos relacionados, como sanções, “devem criar pressão adicional de alta sobre a inflação e pesar sobre a atividade econômica”, aponta o BC americano. A perspectiva para a pandemia da covid-19, por sua vez, tem melhorado, mas “continua altamente incerta”.

    Nesse panorama, os mercados financeiros tiveram “alta volatilidade”, com grandes flutuações nos preços de ativos e alguns problemas pontuais de liquidez. Já a qualidade do crédito “permanece robusta”, considera o Fed, com bancos ainda bem capitalizados, “mas alguns fundos de mercado monetário e bônus ainda expostos a riscos de liquidez consideráveis”.

    O Fed diz que “alguns sinais de pressões de financiamento surgiram em meio à escalada das tensões geopolíticas”, mas avalia que os mercados de financiamento em geral se mostram resistentes, com efeitos secundários limitados por ora.

    A instituição afirma que estresses na Europa, com a guerra na Ucrânia, e na China, com perda de fôlego econômico por causa da covid-19 e riscos no setor imobiliário, podem trazer efeitos aos EUA.

    O relatório diz também que aumentaram os temores com a cibersegurança, o que faz o governo local se mobilizar para proteger “o sistema financeiro e outras infraestruturas cruciais”.

    Ainda segundo o BC norte-americano, a alavancagem segue “baixa” nos bancos, mas elevada em seguradoras e “um pouco elevada” nos fundos de hedge.

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