• Após encontro de ministro com Fux, Defesa cita ‘permanente prontidão’ para cumprir Constituição

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  • 03/05/2022 22:10
    Por Weslley Galzo e Felipe Frazão / Estadão

    Dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro participar de atos do 1º de Maio, nos quais houve ataques ao Judiciário e ao Congresso, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse que as Forças Armadas estão em “permanente estado de prontidão” para o cumprimento de suas missões constitucionais. O recado foi transmitido pelo general em reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na sede da Corte.

    Nota divulgada pelo Ministério da Defesa informou que o encontro entre Oliveira e Fux discutiu “o respeito às instituições” e também “a colaboração das Forças Armadas para o processo eleitoral”.

    Horas antes, Fux se reuniu com o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os dois defenderam as eleições e pregaram a harmonia entre os Poderes. Pacheco classificou os pedidos de intervenção militar e fechamento do STF como “anomalias graves”, que exigem respostas “na mesma proporção”.

    Os encontros ocorreram num momento de crise com os militares, após declarações do ministro do STF Luís Roberto Barroso sobre tentativas de uso político dos quartéis na disputa eleitoral.

    À época, o titular da Defesa chamou a afirmação de Barroso de “irresponsável” e “ofensa grave”. A relação se tornou ainda mais conflituosa depois que Bolsonaro propôs que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela dos votos, num embate direto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), não participou da conversa entre Pacheco e Fux hoje, mas disse ser preciso “apaziguar os ânimos” e “aliviar a tensão” institucional. “Nós vamos encontrar, não tenho dúvida, uma saída negociada para aliviar um momento de tensão, de pressão, quase que de um período pré-eleitoral”.

    Em nota, o STF afirmou que Pacheco e Fux “ressaltaram que as instituições seguirão atuando em prol da inegociável democracia e da higidez do processo eleitoral”. O texto também destacou que o ministro da Defesa assegurou a participação dos militares “para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”.

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