• Um político me contou…

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  • 14/12/2017 12:40

    O parlamentar desempenha mandato perante a Câmara dos Deputados; todavia, não representa o povo fluminense mas, vez por outra me deparo com o mesmo em Petrópolis, uma vez que é apreciador desta nossa querida cidade.

    No último fim de semana não foi diferente eis que me deslocava para uma confraternização natalina quando, de repente, encontro com o combativo e sorridente deputado.

    Falou-me, como já do meu conhecimento, que visita Petrópolis sempre que possível, eis que aqui deixou parentes e amigos, terra onde estudou em passado longínquo.

    Conversamos quase que debaixo de chuva uma vez que “São Pedro” não deu trégua no aguaceiro que se abateu sobre a cidade ao anoitecer.

    Eu, de minha parte, tentando, com lhaneza, lhe dizer que estava saindo para cumprir um evento do qual não poderia deixar de comparecer e com horário marcado; entretanto, o amigo não deixava Brasília de lado, especialmente a Câmara dos Deputados.

    Narrou-me, com detalhes, a propósito do que vem acontecendo, inclusive as dificuldades do Executivo em ver concretizada a reforma da Previdência na Câmara Federal.

    Outros temas ainda foram debatidos, contudo, sem que eu menos esperasse, contou-me que quando de suas visitas à Petrópolis isso ocorre na companhia de um taxista que lhe serve no Rio de Janeiro, figura, aliás, de “bom papo”.

    Já mais casmurro, deu-me a conhecer sobre as manobras políticas que vêm se desenrolando na Capital Federal, justamente com relação ao Executivo a correr contra o tempo em busca de apoio de colegas parlamentares, “à cata” de votos.

    Relatou-me, outrossim, sobre os jantares e cafés da manhã que ocorrem objetivando alcançar tal finalidade, regados à fina petiscaria, assunto este também comentado pelo motorista em causa durante a subida da serra.

    Eu, sem muito entender, especialmente quanto a certas colocações do deputado, este acabou por relatar-me que durante a viagem, o motorista, seu “velho conhecido”, com toda intimidade possível, não sabendo se em tom de galhofa ou não, saiu-se com a seguinte colocação: “deputado não dava pro senhor arranjar pro meu filho, que reside em Brasília, pra ser “convidado” a comparecer num desses encontros, na condição de garçom e quem sabe pode ser que reste alguma refeição que possa lhe matar a fome, uma vez que como é notório, a comidaria é de primeira qualidade”?

    O deputado, entretanto, encabulado, já se despedindo, ainda se manifestou: teria sido verídica a pretensão de que o filho estaria realmente em busca de uma “boquinha”, já que o sopão servido à porta da residência de uma dessas autoridades não lhe descera “goela abaixo”?

    Despedimo-nos e a resposta “ficou no ar”, parecendo-me que, na verdade, o rapaz acabou mesmo é por “traçar” a sopa quente, já que nem na condição de garçom pôde obter acesso ao fechado recinto.

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