• Um fórum para a educação

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  • 01/05/2022 17:05
    Por Ataualpa Filho

    Inquestionavelmente, o trabalho é uma das maneiras de estabelecer o exercício da cidadania. Há profissionais que se destacam pelo amor ao que fazem. Por isso é fácil identificá-los pela forma como se preocupam em prestar um serviço de excelência à sociedade. A respeitabilidade que esses profissionais adquirem está relacionada ao reconhecimento são somente pelos seus pares, mas também pela comunidade a que servem.

    No campo profissional, não há como atribuir a notoriedade ao acaso, uma vez que competências e habilidades não emergem aleatoriamente, pois exigem disciplina, atitude, dedicação, entrega, afinco…

    Hoje retomo aqui a temática educacional, porque me encontro mais esperançado, com as baterias recarregadas, com a fé nas mudanças mais consolidadas. Tive a honra de participar da criação do Fórum Nacional das Academias de Educação (FONAE). Vi e ouvi brilhantes educadores compromissados com as causas educacionais, que não se limitam a um cartão de ponto, nem à carga horária remunerada. Trabalham nos limites dos sonhos, porque acreditam em si e na união de forças que podem mover as pedras do caminho para libertar os cérebros das prisões da ignorância.

    As lições de vida desses profissionais que amam o que fazem tornam-se referências, porque têm um discurso coerente com a prática. Quando teorizam é partir da experiência vivida, ou seja, o que idealizam está em um horizonte que nos permite atravessar um deserto pela resistência da esperança de ver um mundo melhor. Os “educacionistas” que querem ver “cérebros livres” sabem que a liberdade começa dentro nós. A realidade não os assusta. Mudá-la é o desafio. Acreditam que a consolidação de um processo educacional de qualidade consiste na alavanca para efetuar as mudanças desejadas.

    Todos sabem que o novo é o envelhecível. Portanto, o aprimoramento tem que ser permanente, principalmente no âmbito educacional. Quem pretende acompanhar a velocidade do tempo não pode viver “correndo atrás”. Os que pensam à frente, às vezes, são incompreendidos, ou sofrem críticas de céticos fechados em si, imersos no ódio da discórdia.

    Há um projeto de vida coletiva em que o bem comum é idealizado para que todos tenham autonomia e não tutelas. É imprescindível a construção de uma consciência para o discernimento. Educar consiste também na promoção do senso crítico. O livre pensar no exercício de escolha está entre as conquistas de uma sociedade democrática. Por isso que uma das propostas do FONAE está voltada para a mobilização e articulação das Academias de Educação em um processo coletivo e colaborativo de proposições junto aos órgãos municipais, estaduais e nacionais, visando contribuir para o aperfeiçoamento das legislações educacionais, além de oferecer aos educadores e educandos espaços que possibilitem a troca de ideias e experiências.

    A Carta de Maceió/Alagoas, assinada, em 2021, pelos presidentes das Academias de Educação, explicita que essas instituições não são gestoras, nem executoras de políticas educacionais. Contudo, compete a elas problematizar, indagar, pesquisar, estudar, demonstrar e participar da construção de possíveis caminhos que levam ao aprimoramento da educação nacional.

    Essa proposta apresentada na referida carta ficou consolidada no II Encontro das Academias de Educação, realizado nos dias 27 e 28 de abril do corrente ano. Participaram desse encontro: Academia Alagoana de Educação (ACALE), Academia Baiana de Educação, Academia Brasileira de Educação, Associação Brasileira de Educação, Academia de Educação de Feira de Santana, Academia Petropolitana de Educação e a Academia Sergipana de Educação.

    É válido ressaltar que o projeto de unir as Academias de Educação nasceu no seio da ACALE que presidiu o primeiro e o segundo encontro. As sementes plantadas, com certeza, irão frutificar. Nascerão outras Academias em outros Estados do País. Os sonhos se multiplicam quando as mãos se unem a favor da vida.

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