• Termina o prazo dado pela justiça para que Concer reconstrua área do desabamento na BR-040

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  • 10/12/2017 08:30

    Termina neste domingo (10) o prazo concedido pela 4ª Vara Cível para que a Concer – concessionária que administra a BR-040 reconstrua a área na altura do quilômetro 81 da pista de descida da rodovia, na comunidade do Contorno, onde um deslizamento abriu uma cratera que engoliu um imóvel e destruiu parcialmente outros dois. A decisão foi proferida em audiência realizada no dia 11 de novembro, na Casa dos Conselhos Municipais Augusto Ângelo Zanata, e prevê multa automática de R$ 100 mil à concessionária em caso de descumprimento do prazo.

    A tragédia completou na última quinta-feira (7), um mês e até o momento as 56 famílias que moravam no Contorno – na região chamada Vale da Escola onde houve o desabamento -, continuam sem poder voltar para suas casas. A Defesa Civil (DC) interditou a área e não há previsão para desinterdição das moradias e da Escola Municipal Leonardo Boff. No local onde fica a comunidade é a região onde estavam acontecendo as escavações para a construção do túnel da nova subida da serra. O túnel fica a 70 metros de profundidade.

    Na última sexta-feira (8), foi divulgado um laudo da empresa contratada pela Concer confirmando que houve um colapso no interior do túnel. A vistoria foi feita por um equipamento subaquático, uma vez que a estrutura está alagada. De acordo com o laudo a altura do túnel começa a diminuir 60 metros antes da região onde houve a abertura da cratera, por conta da presença de material do colapso. Na distância de 675 metros, ponto máximo em que o equipamento chegou com segurança, a distância entre os escombros e o teto do túnel fica em pouco mais de um metro, não sendo possível continuar com o trabalho de vistoria.  A Concer também entregou um relatório descartando o risco na rodoviária do Bingen, Capela, Vila São Joaquim, Amazonas e o Parque São Vicente. Segundo o documento, as escavações não chegaram a estes locais.

    Para quem vivia na região do Contorno, fica a incerteza e o medo de voltar para casa. "Quando estavam escavando o túnel toda a comunidade tremia. Tínhamos medo que acontecessem deslizamentos, mas nunca poderíamos imaginar que essa tragédia pudesse acontecer", disse a dona de casa Elaine Pereira Granja, de 31 anos. Desde o dia do desabamento, ela, o marido e a filha de 15 anos, estavam em um hotel. Ontem (9), a família se mudou para um casa no bairro Siméria. "Queríamos uma posição se algum dia poderemos voltar para a nossa casa no Contorno. Vivia ali há 14 anos e o meu marido desde que nasceu, há 36 anos. Queremos respostas para a nossa situação", ressaltou.

    Elaine é irmã de Fernanda Pereira, de 36 anos, que teve a casa engolida pela cratera. "Até agora minha irmã não sabe se vai ganhar uma casa nova. Esperamos que amanhã (segunda) quando termina o prazo dado juiz, a Concer nos dê respostas", enfatizou a moradora. Desde que perdeu a casa, Fernanda e a família estão morando na casa do pais.

    As 56 famílias do Contorno recebem da Concer R$ 1 mil de auxílio moradia. Eles também receberam cestas básicas e kits de higiene. Quem conseguiu alugar casa  recebeu da concessionária um kit de eletrodomésticos e outros utensílios composto por até 64 itens. A Concer também aluguou um imóvel para abrigar a Escola Municipal Leonardo Boff. As aulas foram retomadas na unidade no dia 16. de novembro.

    A cratera foi coberta pela Concer com aproximadamente 3.500 metros cúbicos de pó de pedra. Uma obra de contenção com o grampeamento do solo e injeção de calda cimento para a consolidação do maciço, além do retaludamento de encostas também foram intervenções realizadas pela concessionária.

    Assim como as moradias, a rodovia na altura do quilômetro 81 também continua interditada pela Defesa Civil. Como alternativa ao trânsito, houve uma duplicação da rodovia entre os quilômetros 81 e 78 da BR-040. Também não há prazo para liberação da pista no trecho interditado pela DC.

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