Problemas jurídicos e de confiança persistem
Apesar do otimismo do presidente Pedro Bianchi, ainda há muitas arestas que a empresa terá de aparar nessa nova fase.
Em primeiro lugar, é preciso resolver a questão da homologação da recuperação judicial.
Apesar de uma recente aprovação do processo por 75% dos credores, os bancos Itaú, Santander e Bradesco – que possuem mais de R$ 2 bilhões em debêntures da companhia – não tiveram os votos contabilizados na assembleia. O motivo é que eles pediram a prorrogação da reunião, ocorrida em julho, pois ainda não tinham a aprovação interna.
Para acelerar o processo, Bianchi utilizou um artifício da lei de falências e recuperação de empresas que diz que, se não há mudança da forma de pagamento aos credores de acordos anteriores, eles não precisam votar novamente. “Eu precisava dar andamento no processo de pagar as dívidas trabalhistas, que são as que me tiram mais o sono”, afirma Bianchi.
O juiz do processo ainda não homologou a recuperação judicial, já que os bancos ainda estão recorrendo. “Por isso, os nossos fornecedores ainda estão aguardando o processo e isso faz com que tenhamos poucos produtos no site”, diz Bianchi.
Não à toa, o executivo e a empresa ainda precisam recuperar a confiança do mercado. Credores, fornecedores e advogados ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo confirmam que há um sinal positivo da nova gestão da Ricardo Eletro, mas o passado ainda gera temores sobre o negócio.
“A empresa está por um fio”, diz um deles.
Porém, Bianchi acredita que a força da marca Ricardo Eletro pode ser um grande diferencial para essa retomada.
Na visão de Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, especializada em varejo, ainda existe espaço para uma volta da varejista, mas ela precisará de muito investimento para conseguir retomar o espaço em meio às gigantes.
“A marca ainda tem uma grande força, mas é difícil ter a ambição de se tornar uma das líderes do setor”, afirma Serrentino. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.