Crochemigas: entre linhas, agulhas e amor
Petrópolis é uma cidade repleta de iniciativas que aquecem o coração. Uma delas nasceu do encontro de quatro amigas petropolitanas. Em 2017, elas resolveram aprender a arte do crochê com a artista plástica Renata Gam. Segundo Marcia Coelho, uma das integrantes do grupo, o intuito era apenas vivenciar um momento “crocheterápico”. No entanto, o que era um momento de lazer entre amigas passou a ser uma causa.
“A mãe da Renata, nossa professora de crochê, nos inspirou contando sobre um projeto solidário envolvendo essa arte. Depois disso, começamos a fazer quadrados de crochê super coloridos, de 8 carreiras com agulha 4, e unimos nossas forças para doá-los a um asilo. Até ali já éramos 15 mulheres no núcleo organizador do projeto.”, conta Marcia.
A petropolitana conta que, no início, o sentimento de medo tomou conta, mas mesmo assim elas lançaram o projeto e as redes sociais. Com o passar do tempo, outras amigas se uniram à causa, além de crocheteiras desconhecidas. Logo essas novas integrantes passaram a ocupar um lugar especial no grupo e no coração.
Em 4 anos, o coletivo de mulheres já tinha mantas suficientes para ajudar bem mais do que apenas um único asilo. Foi a partir daí que essas crocheteiras, repletas de energia e disposição para ajudar, buscaram outros lugares para receber o amor empregado em cada ponto. “Fomos a asilos, projetos sociais, ONG’s, comunidades, hospitais e lares, levando mantas lindas e coloridas às pessoas.” Com o crescimento do Crochemigas, as petropolitanas passaram a fazer gorros e cachecóis para levar aconchego e calor a quem precisasse.
Marcia conta como foi continuar com esse trabalho em meio a pandemia. “Nossos encontros oficiais foram interrompidos, mas continuamos criando parcerias lindas com projetos sociais que levavam cestas básicas e o nosso crochê para quem precisasse.”
Logo, a alegria oferecida através do Crochemigas ganhou a atenção de petropolitanos e turistas em Petrópolis. Quem se lembra da árvore de Natal no jardim de um casa bem no coração do Centro Histórico? Um belíssimo e colorido marco turístico na Cidade Imperial.
O grupo de amigas também ganhou espaço em postes num projeto do artista Cocco Barçante. “Nosso movimento agrega o yarn bombing, que é um movimento mundial de ocupação dos espaços públicos com intervenções artísticas com crochê ou tricô. Participamos de um projeto do querido parceiro Cocco Barçante, divulgando nosso trabalho. Recentemente, também estivemos presentes no Festival Rock The Mountain, divulgando o nosso trabalho voluntário e reforçando a necessidade de continuarmos recebendo doações de lãs.”, destaca Marcia. O projeto recebe doações de lãs na Mr. Hugo, na Rua 16 de Março.