• Um fiel depositário… infiel

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  • 25/11/2017 11:10

    Já escrevi e volto a dizer: a Previdência é o “bode expiatório” da incompetência dos os governos. Revolta ouvir Temer e Meirelles falarem que sem as reformas da Previdência não será possível a normalização das contas do país.

    Se ambos tivessem o mínimo de interesse e honestidade, saberiam que a contribuição previdenciária dos trabalhadores não é imposto para sustentar a farra política – é simplesmente uma contribuição para reverter em benefício do próprio trabalhador na aposentadoria e o governo “deveria” ser, mas não é, fiel depositário como qualquer outro que recebe tal responsabilidade para garantir o bem empenhado – mas ele transgride a lei e manipula o fundo a seu bel prazer.

    Também já escrevi que a Previdência é a eterna “caixa 2” dos governos, que a manipulam na calada da noite. Assim foi JK, assim foram os governos civis pós 64, transformando e desviando a verba recolhida para finalidades das mais diversas como pagamento de todas as indenizações astronômicas das “bolsas-ditadura” – quem o trabalhador ficou com a conta, mas que não enxerga – e que foram aposentados com valores do teto e não sofreram defasagem como sofrem os do setor privado.

    As farras são inúmeras, como as aposentadorias com renda intergral (agora querem mudar daqui pra frente, mas não pra trás como o setor privado sofreu nos últimos 20 anos, apesar do direito adquirido que só vale para os privilegiados). Por outro lado, o senador Paulo Paim declarou da tribuna do Senado que no final do governo de FHC e princípio de Lula foram desviados valores para “gastarem como quisessem” além de afirmar que a Previdência não é deficitária. E ele deve entender do assunto que os governos mascaram e ninguém contesta – por covardia ou interesse. E temos que levar em conta os diversos perdões que já foram com cedidos ao longo dos governos como agora Temer perdoa ou quier perdoar as igrejas e cria um imbróglio para se beneficiar com  proteção dos municípios.

     Imitam, pois, o final do poema africano em “AS CORES DO HOMEM” : “Quando eu nasci  era negro; / quando cresci era negro;/ quando estou no sol sou negro;/ quando estou com frio, sou negro; / quando estou com medo, sou negro; / quando estou doente, sou negro / e quando morrer, serei negro./ E você, homem branco? / Quando nasceu, era rosa; / quando cresceu, era branco; / quando vai ao sol, fica  vermelho; / no frio, fica roxo; / quando está com medo, fica amarelo; / quando está doente, fica verde / e quando morrer, ficará cinza./ E depois de tudo isso / você ainda tem o topete /de me chamar de homem de cor?

    Assim são os governos – saqueiam, desviam, gastam, estupram e depois ainda têm o topete de dizer que a Previdência é deficitária. 

    jrobertogullino@gmail.com

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