• Ucrânia pede resposta dura após míssil matar 52 pessoas em estação de trem

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 09/04/2022 14:42
    Por Estadão

    O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que quer uma resposta global dura depois que um míssil atingiu uma estação de trem lotada de civis tentando escapar de uma iminente ofensiva russa, matando pelo menos 52 pessoas.

    Em seu discurso noturno desta sexta-feira, 8, Zelenskyy disse que o ataque à estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, era outro crime de guerra a ser julgado em um tribunal internacional. Cinco crianças estão entre os mortos e dezenas de pessoas ficaram gravemente feridas, disseram autoridades ucranianas.

    “Todos os esforços mundiais serão direcionados para estabelecer a cada minuto quem fez o que, quem deu que ordens, de onde veio o míssil, quem o transportou, quem deu o comando e como este ataque foi acordado”, disse o presidente.

    A Rússia negou ser responsável pelo ataque e acusou os militares ucranianos de disparar o míssil como uma operação de bandeira falsa para que Moscou fosse responsabilizada pelos assassinatos de civis. Um porta-voz do Ministério da Defesa russo detalhou a trajetória do míssil e as posições das tropas ucranianas para reforçar o argumento.

    A empresa ferroviária estatal ucraniana disse em comunicado que os moradores da região contestada de Donbas, onde a Rússia redirecionou suas forças depois de não ter tomado a capital ucraniana, Kiev, podem fugir por outras estações de trem neste sábado.

    Embora a estação de trem de Kramatorsk esteja em território controlado pelo governo ucraniano em Donbas, os separatistas, que trabalham em estreita colaboração com as tropas russas, culparam a Ucrânia pelo ataque.

    Especialistas ocidentais, no entanto, rejeitaram a afirmação do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de que as forças russas “não usam” mísseis Tochka-U, o tipo que atingiu a estação. Uma autoridade ocidental, falando sob condição de anonimato para discutir a inteligência, disse que as forças russas usaram o míssil – e que, dada a localização e o impacto do ataque, provavelmente foi da Rússia.

    Justin Bronk, pesquisador do Royal United Services Institute em Londres, apontou outras ocasiões em que as autoridades russas tentaram desviar a culpa alegando que suas forças não usam mais uma arma mais antiga “para meio que turvar as águas e tentar criar dúvidas”. Ele sugeriu que a Rússia escolheu especificamente o Tochka-U porque a Ucrânia também os possui.

    Autoridades ucranianas e ocidentais acusam repetidamente as forças russas de cometerem atrocidades na guerra que começou com a invasão russa em 24 de fevereiro. Um total de 176 crianças foram mortas na Ucrânia desde o início da guerra, enquanto outras 324 ficaram feridas, informou o gabinete do Procurador-Geral, neste sábado. Fonte: Associated Press.

    Últimas