• Campos Neto diz que BC está no caminho certo no combate à inflação

  • 07/04/2022 15:00
    Por Eduardo Laguna e Eduardo Rodrigues / Estadão

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a assegurar que o BC tem instrumentos para combater inflação, e manteve a porta aberta para o Comitê de Política Monetária (Copom) estender o ciclo de elevação dos juros a depender da magnitude dos impactos da guerra na Ucrânia. “Estamos no caminho certo. A calibragem sempre depende da extensão dos choques”, declarou.

    A afirmação de Campos Neto foi feita nesta quinta-feira, 7, durante live da Legend Investimentos.

    O presidente do Banco Central disse ainda que vê a pressão dos preços de energia perdendo força no Brasil, a exemplo de outros países emergentes, com a maior capacidade de geração de elétrica com a melhora no nível dos reservatórios de hidrelétricas.

    Durante a live da Legend Investimentos, Campos Neto lembrou do anúncio do fim da bandeira de escassez hídrica, a partir do dia 16, ao observar que a situação dos reservatórios está aparentemente melhor.

    Ele não ignorou, no entanto, a persistência da pressão inflacionária global, apontando que os Estados Unidos apresentam um quadro inflacionário não visto “há décadas”, com a alta dos preços medida pelo CPI na casa dos 8%, com núcleo a 6,5% e inflação encomendada nos alugueis.

    Projeções para o PIB

    O presidente do Banco Central destacou também o viés positivo trazido, principalmente, pela escalada das commodities nas previsões do mercado ao desempenho da economia brasileira neste ano. “Não temos crescimento magnífico, mas enxergamos melhora no curto prazo”, afirmou, ao pontuar que a guerra gerou uma reprecificação das expectativas ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2022.

    A tendência, acrescentou, é de o mercado melhorar as previsões que atualmente apontam a um crescimento de apenas 0,5% do PIB deste ano.

    Resultados fiscais

    Campos Neto ainda considerou que a melhora dos resultados fiscais no curto prazo já está “mais ou menos” consolidada em função das restrições a gastos do ano eleitoral.

    “Por ano eleitoral, entramos em fase onde nada mais poderá ser executado. A lei eleitoral não permite fazer isso. O fiscal de curto prazo está mais ou menos pré-determinado”, afirmou o presidente do BC durante a live da Legend Investimentos na qual ele voltou a avaliar que os números fiscais têm vindo melhores.

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