• Falência múltipla dos órgãos

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  • 21/11/2017 12:50

    Trata-se de um estado físico no limiar da transferência desta vida para uma melhor. É o que diz a medicina.

    A circunstância pode, também, servir de título para a falência da dignidade em se tratando da vida social.

    Eis que nossos órgãos políticos estão à beira da falência múltipla e multiplicada por fatores infinitesimais.

    É principal em seu estado terminal a política de hoje, também a de ontem, de sempre e localizada no país tropical abençoado por deus e maltratadíssimo no estado do Rio de Janeiro.

    Por aqui andaram e andam os nader, os cozzolino, os moreira franco, os alencar, os rodrigues, os garotinho, os crivella, os cunha, os mello, os cabral, os picciani… (uma relação de tamanho enciclopédico), cada qual em seu tempo, por algumas pessoas físicas e não todos os familiares, horrorizando pelo mal feito a população laboriosa do belo e tão maltratado paraiso da união.

    Do alto do pico do corcovado o cristo redentor está lá ainda decidindo se pula ou não pula cá embaixo diante de tanta vergonha. Muita gente até aposta que, se ele saltar, cairá em cima da Assembleia Legislativa com respingão no Palácio Guanabara e na Prefeitura.

    Nossa gente bem que merece essa representatividade porque tem votado neles e, no contrapeso, enviado para a área federal uma turma que envergonharia até o Heffner (aquele americano criador do império da Play Boy) e que, em Brasília dão as cartas quando em foco a devassa corrupção.

    Engano meu? Falo bobagens? Estou vivendo para mais de 8 décadas, nasci em tempos de Vargas, no ano da intentona comunista e ascensão e queda do fascismo de Plinio Salgado, experimentei o pão duro dos tempos da guerra mundial, passei pela redemocratização que elevou um general à presidência, logo em seguida com o poder retomado por Vargas, sua segunda tragica queda, JK, Brasília, Jânio vesgo e inconsequente, intentona militar, democracia com a mesma classe política dando cartas, Collor de Mello bagunçando mais ainda, dando no que deu. Olha ai.

    O nosso estado sempre em estado terminal com múltipla falência de compromisso democrático verdadeiro, com seus políticos, tem plantado as sinecuras mais vergonhosas e tem desonrado a sublime arte do sublime exercício democrático.

    Órgãos políticos maquiados na última carta magna com sombras e apliques, alguns suspeitosos, estão em colapso terminal, órgãos sob títulos de poderes que andam batendo cabeça, um desautorizando o outro, uma loucura jamais vista, à beira de um estado total de nervos, para usar o título da obra-prima do cineasta espanhol Almodóvar.

    Alucinação? O presidente da república, eleito vice com mais de cinquenta milhões de votos e assumindo a nau, usa o legal, mesmo sob ação vergonhosa, para continuar residindo no jaburu, distribuindo verbas para parlamentares forrarem de mentiras suas campanhas eleitorais. Uma vergonha!

    O pior dessa falência múltipla dos órgãos políticos é a cara cínica exibida pelos representantes do povo tentando justificar seus votos em favor da malandragem, como se estivessem reunidos com o Mestre ouvindo a fala da montanha.

    Para Ele elevaram um cruz!

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