O Rio tem salvação?
A economia do Estado do Rio que sempre esteve alicerçada em um tripé – royalties do petróleo, indústria naval e montadoras de automóveis – , mostrou-se insustentável no presente e sem maiores perspectivas a futuro e como tal estas vocações urgem serem repensadas. O que pode ser feito a curto prazo, como alternativa a isto e que se mostre totalmente viável? Respondo a está questão com a volta dos jogos e dos cassinos.
Vamos pular os aspectos religiosos frontalmente contra a ideia, pois não cabe aqui discuti-los, nem gostaria de entrar nesta seara de objeções de consciência . Temos que ser pragmaticos: o Rio está quebrado e nada se apresenta com viabilidade de uma solução de curto prazo.
A longo prazo poderemos buscar outras alternativas, mas o socorro não pode tardar. Perdemos o mercado financeiro ( Bolsa de valores e de mercadorias) para São Paulo, assim como a sede dos principais bancos, perdemos para Brasília a Capital, o Governo Central, Ministérios, inúmeras sedes de estatais, de agências e um contingente enorme de funcionários públicos.
A privatização da Cedae, que para muitos é uma medida equivocada, afirmo que é bastante salutar para nos ajudar a sair do buraco. Assim como a privatização de tudo que não for assunto pertinente a governo como a Comlurb, a RioFilmes e outras.
Uma alternativa que daria um impulso às montadoras que estão com os pátios repletos de veículos seria a retirada dos impostos para pessoas com 65 anos ou mais. A tributação varia de 37,2% a 54,8% sobre o valor final dos automóveis, segundo a Anfavea. O Onix, por exemplo, partiria de R$ 17,7 mil sem as taxas, e não de R$ 39,2 mil cobrados na tabela de fábrica; ou se partiria R$ 49,4 mil por um Honda HR-V novinho e não os R$ 78,7 mil pedidos pela versão de entrada. Seria um impulso grande e uma retomada do mercado de veículos com o esvaziamento dos pátios.
Os impostos (ICMS, PIS/Cofins e IPI, além de outras tributações menores como IOF, Cide, e ISS) poderiam ser retirados por meio de medida provisória, bastando para tanto somente a vontade política.
Repensar o atual estado de coisas no Rio não é tarefa fácil. Elenquei dois aspectos:a volta dos jogos e isenções na compra de veículos a idosos, mas buscar atrair novos investimentos estrangeiros seria a longo prazo uma excelente medida; ir de encontro aos mercados asiáticos expansionistas trazendo novas indústrias para o Estado.
O problema é que temos um governo estadual fraco, eivado de denúncias, com uma situação de segurança precária que assusta e desestimula investimentos; e somado a isto, ainda temos uma precária segurança jurídica no País. Só nos resta aguardar por dias melhores, se isto for possível.