• Jejue e sinta-se melhor

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  • 20/11/2017 12:00

    Nesta época de crise, talvez você goste mais ainda deste artigo. O jejum é um método eficaz e seguro de desintoxicar o corpo que precisa periodicamente descansar das substâncias químicas e toxinas que se encontram no ambiente. O jejum deve ser sempre monitorado por um profissional gabaritado da área de saúde. Antes de mais nada, devemos deixar claro que jejuar não é morrer de fome. É uma técnica que homens sábios usam há séculos para curar os doentes. Entender os princípios do jejum é entender o próprio corpo. No documentário, Coma, Jejue e Viva Mais (“Eat, Fast and Live Longer”), o autor e jornalista britânico Michael Mosley documenta sua jornada durante o período em que decidiu experimentar o jejum para conferir se haveria melhora em sua saúde. 

    No início, o exame de sangue revelou que ele estava prestes a tornar-se diabético e com as taxas de colesterol altas. Preocupado com o diagnóstico, especialmente por considerar-se a si mesmo, de certa forma, especialista em estratégias convencionais de saúde, Mosley decidiu investigar as alternativas disponíveis. De fato, o jejum oferece muitos dos benefícios para a saúde mais procurados pela maioria das pessoas: melhor saúde cardiovascular, menor risco de câncer, recuperação de genes e longevidade. Resumindo, ele descobriu que parte do que parece estar estimulando o processo das doenças é o fato de que nos alimentamos com muita frequência. 

    Quando se está constantemente no “modo fartura”, o corpo perde muito de sua “programação de recuperação e rejuvenescimento” natural. Diversas pesquisas mostram que o jejum exerce um impacto benéfico na longevidade dos animais. Vários são os mecanismos que contribuem para este efeito. O jejum intermitente é uma forma bastante eficiente de eliminar a gordura em excesso que não conseguimos queimar e oferece muitos benefícios "rejuvenescedores" para a saúde e boa forma. Protege também as células neurais contra alterações relacionadas às doenças de Alzheimer e de Parkinson. 

    O jejum intermitente é um termo abrangente que cobre uma grande variedade de cronogramas de jejum. De forma geral, envolve a eliminação total ou parcial de calorias, uma ou duas vezes por semana, ou mesmo em dias alternados. É verdade que a restrição rigorosa de calorias promove perda de peso e maior longevidade nos modelos animais, mas esse tipo de “dieta da fome” não é uma estratégia muito atraente para a maioria das pessoas. No entanto, pesquisas mostram que é possível alcançar os maiores ou todos os benefícios de um programa rigoroso de restrição calórica por meio do jejum intermitente, ou seja, um cronograma de alimentação que consiste em comer bem durante alguns dias e cortar rigorosamente as calorias em outros. 

    O jejum imita os hábitos alimentares de nossos ancestrais, que não tinham acesso aos mercados nem a uma alimentação constante. Eles passavam por períodos de fartura e fome e as pesquisas modernas mostram que esse ciclo produz uma variedade de benefícios bioquímicos. Deve-se observar que a alimentação nos dias fora do jejum deve ser controlada e saudável, para não comprometer o dia ou os dias de jejum. Lembre-se sempre que foram necessários anos para desgastar seu corpo e vai demorar tempo para fazer com que este recupere sua capacidade máxima. Creia, é possível! Quando tinha consultório no Rio e posteriormente em Petrópolis, de um modo geral, a primeira pergunta que me faziam era relacionada ao tempo de demora do tratamento. Sempre me lembrava dos conselhos que recebi de meu mestre chinês de Tai Chi Chuan. “Tenha sempre na mente: a paciência, a perseverança, a disciplina e a ética”. Lembre-se: o jejum deve ser parte da sua vida. Jejue pelo menos três dias por mês.

    achugueney@gmail.com

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