• Orbán declara vitória na Hungria com ampla vantagem em apuração parcial

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  • 03/04/2022 19:33
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    Resultados preliminares da eleição na Hungria indicam uma vantagem favorável para o primeiro-ministro Viktor Orbán, que disputa um quarto mandato seguido. Com 43% das urnas apuradas, o partido Fidesz tem 57% dos votos contra 31% da coalizão opositora União pela Hungria.

    Com a vantagem, Orbán declarou vitória no começo da noite deste domingo, 03. O Fidesz deve eleger 135 deputados, das 199 cadeiras do Parlamento.

    “Caros amigos, obtivemos uma vitória excepcional, uma vitória tão grande que provavelmente pode ser vista da lua, e certamente de Bruxelas”, declarou o mandatário húngaro em um breve discurso após a publicação dos resultados parciais oficiais.

    A apuração deve continuar ao longo da noite. Lideranças do partido de Orbán se apressaram em dizer que a eleição fortalece a democracia húngara, apesar do desmonte do sistema de freios e contrapesos no país, criticado pela União Europeia.

    Acusado pela Comissão Europeia de múltiplos ataques ao Estado de direito, Orban silenciou durante três mandatos consecutivos a justiça e os meios de comunicação, estimulando ao mesmo tempo uma visão ultraconservadora da sociedade.

    “Ouvimos muita bobagem sobre o estado da democracia na Hungria, mas nos últimos 12 anos ela apenas se fortaleceu”, disse o secretário Zoltan Kovacs.

    A oposição conseguiu seu melhor resultado desde 2010, mas o esforço de unir diversos partidos em uma única lista aparentemente foi em vão. O líder opositor Peter Marki-Zay não conseguiu se eleger para o Parlamento e perdeu para um deputado do Fidesz por 11 pontos porcentuais. Marki-Zay reconheceu a derrota no início da noite.

    A taxa de participação se aproximou de 67,8% meia hora antes do fechamento das urnas, muito próxima da mobilização recorde das eleições de 2018.

    Segundo Edit Zgut, cientista política da Academia Polonesa de Ciências em Varsóvia, a ampla vitória de Orbán permitirá que ele avançasse em uma direção autocrática, afastando dissidentes e dominando novas áreas da economia.

    “A Hungria parece ter chegado a um ponto sem retorno”, disse ela. “A principal lição é que o campo de jogo está tão inclinado que se tornou quase impossível substituir o Fidesz nas eleições.” (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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