• Reino Unido: chefe de inteligência alerta que Rússia está à procura de alvos cibernéticos

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  • 30/03/2022 21:51
    Por Matheus Andrade / Estadão

    O diretor da Sede de Comunicações do Governo britânico (GCHQ, na sigla em inglês), Jeremy Fleming, um dos principais responsáveis pela inteligência do país, afirmou nesta quarta-feira, 30, que atores cibernéticos da Rússia estão procurando alvos nos países que se opõem às suas ações, segundo indicações. Em discurso na Universidade Nacional da Austrália, o diretor disse ainda que foi observada a intenção sustentada da Rússia “de interromper o governo e os sistemas militares ucranianos”.

    Fleming alertou ainda sobre os riscos de atores não estatais no conflito. “Vimos grupos de hackers cibernéticos e ransomware prometendo lealdade a ambos os lados”, apontou. Segundo ele, é necessário uma visão competitiva para o futuro do ciberespaço, e é cada vez mais influente no debate em torno de regras e padrões internacionais. “A China está trazendo todos os elementos do poder estatal para controlar, influenciar o design e dominar a tecnologia, se preferir, o cibernético e a fibra”, indicou.

    Sobre o conflito na Ucrânia, Fleming apontou que “parece cada vez mais” que o presidente russo Vladimir Putin julgou mal a situação. Segundo ele, é claro que Putin avaliou mal a resistência do povo ucraniano. “Ele subestimou a força da coalizão que suas ações galvanizariam, as consequências econômicas do regime de sanções”, apontou. Além disso, o russo “superestimou as habilidades de seus militares para garantir uma vitória rápida”, avalia o diretor.

    “Vimos soldados russos – com falta de armas e moral – recusando-se a cumprir ordens, sabotando seus próprios equipamentos e até derrubando acidentalmente suas próprias aeronaves”, afirmou Fleming. “Embora acreditemos que os conselheiros de Putin tenham medo de lhe dizer a verdade, o que está acontecendo e a extensão desses erros de julgamento devem ser claros para o regime”, disse.

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