• Ônibus da Única não vão passar pelo túnel

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  • 11/11/2017 09:00

    O diretor da Única, Luiz Assumpção, afirmou que os coletivos da empresa de ônibus não utilizarão o túnel da Nova Subida da Serra. Esta semana parte da estrutura cedeu após a obra ficar abandona por mais de um ano, e deixou centenas de petropolitanos desabrigados. Mais de 55 famílias da região do Contorno, na BR-040 foram afetadas. Apesar disso, ele afirma que a decisão não tem relação com o incidente. Na verdade, caso o túnel seja utilizado pela empresa ele aumentará em 6km o percurso das viagens realizadas. O que aumentaria o custo das passagens e o tempo de deslocamento. Além disso, a falta de uma legislação específica para o tráfego de veículos que transportam combustível também preocupa o diretor.

    Isso porque o Brasil não impõe limitações para motoristas de caminhões que transportam gasolina, álcool, diesel, entre outros combustíveis e produtos inflamáveis. O que segundo o diretor é um risco grave. O túnel tem uma extensão de 5km e caso o motorista de algum veículo desse tipo se envolva em um acidente, ou o caminhão apresente problemas mecânicos que resultem em um incêndio, por exemplo, o resultado será catastrófico para todos que estiveram dentro do túnel. Não haverá como escapar de uma tragédia similar as já registradas há anos em países do exterior, que resultaram na implantação de legislação que determina rotas alternativas para veículos que transportam combustíveis. 

    Luiz lembrou um acidente desse tipo em 1999 no túnel Mont Blanc, que liga a França à Itália. Na ocasião 35 pessoas morreram depois que um caminhão que belga contendo farinha e margarina pegou fogo dentro do túnel, devido a um vazamento de óleo diesel. A fumaça se alastrou rapidamente e outros sete caminhões que vinham atrás colidiram. Um deles levava produtos químicos, facilitando a propagação do fogo. Estima-se que a temperatura dentro do túnel tenha chegado a cerca de 1.000ºC.

    “Isso é um exemplo do que pode acontecer. Agora imagina uma situação similar em um túnel enorme, com extensão de 5k, onde as pessoas não terão para onde ir nem o que fazer. De forma alguma colocaria os ônibus da empresa para circular nestas condições. O Brasil precisa urgentemente criar uma legislação que obrigue quem transporta produtos inflamáveis e combustíveis a utilizarem rotas alternativas fora dos túneis. Além disso, desde o início das obras fizemos um estudo que apontou que as viagens ficaram mais cara e demoradas para nós, caso utilizemos o túnel. Por isso, mesmo antes desse acidente lamentável na BR-040 esta semana, já havia-se decidido que continuaríamos usando a nossa rota antiga”, explicou o diretor.  



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