Pandemia e duas enchentes: comércio precisa de ajuda para manter postos de trabalho
Muitos empreendimentos atingidos pelas chuvas – a primeira, de fevereiro e a segunda, neste domingo – estão anunciando que não vão reabrir. Não têm dinheiro e muitos assumem que nem força física e mental. E não apenas no Centro Histórico, mas em toda a parte onde as inundações estragaram equipamentos e estoques. O comércio na cidade gera mais de 25 mil postos de trabalho e as chuvas influenciam também nas vendas de quem não foi atingido diretamente. É menos gente circulando, menos turistas chegando.
Crédito não resolve
Quem pegou crédito há pouco tempo ou mesmo após as chuvas de fevereiro nem tem mais como recorrer a algum financiamento. O socorro vai ter que ser de outra forma. E vale o dado também: o comércio afetado atinge também quem perdeu sua casa. Tem desabrigados que haviam sido demitidos lá em fevereiro, pessoas que trabalhavam no comércio que foi atingido. Já os que conseguiram, mesmo assim, manter o trabalho de muita gente, agora já não veem muita saída.
Socorro imediato
A chuva de domingo pegou boa parte das lojas fechadas. Sendo assim, pior do que a primeira vez quando funcionários ainda ajudaram a salvar estoques e equipamentos. E por conta do baixo movimento nas ruas foram menos carros arrastados e pessoas afogadas do que em fevereiro. As perdas humanas, não interessa o número, são irreparáveis, mas as materiais terão consequências em longo prazo. É preciso um plano de socorro à economia da cidade.
Sirenes
Um morador do Quitandinha pergunta: qual critério para acionamento das sirenes da defesa Civil? O equipamento perto da Casa do Inspetor só tocou depois de a chuva começar. E depois disso ficou 48 horas tocando sem parar, até mesmo na madrugada de ontem que não teve chuva. Moradores de outras regiões do bairro também estão desde domingo ouvindo as sirenes, mesmo sem chuva.
Outro uso
Longe de os Partisans se meterem na vida da prefeitura, mas esses R$ 1,6 milhão que o prefeito Rubens Bomtempo quer devolver ao governo federal e que foram enviados sob a rubrica de ‘ajuda humanitária’ não podem mesmo ser usados? Se já tem comida de sobra e colchões também como a prefeitura diz, não rola de usar em material e uniforme escolar? E não apenas para desabrigados, mas para desalojados também.
Expo Petrópolis
Antes da nova chuva deste domingo já estava quase tudo certo para a Expo Petrópolis 2022. A exposição agropecuária está sem ser realizada desde 2019, por causa da pandemia. Porém com a nova tragédia, a prefeitura ainda não bateu o martelo.
Fora do prazo
Mas, se for mesmo rolar é bom ficar atento: a festa seria de 29 de abril a 08 de maio (data anunciada ano passado). Já descumpre a lei de autoria do ex-interino Hingo Hammes que obriga dois meses de antecedência para as concorrências públicas de eventos serem realizadas. É melhor andar rápido com isso.
Taí a questão
Perguntaram à coluna e não soubemos esclarecer: se o sensor na 24 de Maio acusou risco de deslizamento da rocha, mas isso durante o temporal, já com a rua intransitável diante da enxurrada, como evacuar a área?
Feio demais
E o caso das roupas doadas colocadas na praça do Alto da Serra – que a justiça mandou incinerar depois de um mês ao relento e com ratos e baratas – ganhou repercussão nacional. Ficamos ruim na foto demais, sem necessidade.
De novo
Com agências bancárias comprometidas novamente com as chuvas do último domingo – algumas que não haviam ainda nem reaberto depois das chuvas de 15 de fevereiro – vai ser aquele auê de gente nas que estiverem funcionando nos próximos dias.
Ajuda para a saúde
O governo do estado vai repassar até R$ 8 milhões para cidades atingidas pelas chuvas, recursos que serão disponibilizados de acordo com a população. Petrópolis vai receber até R$ 5 milhões. Já dá para pensar em colocar a UPA Centro – interditada por risco de queda de barreira – em outro local.
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