• Ipea reduz projeção de alta para PIB Agropecuário de 2022 de 2,8% para 1%

  • 22/03/2022 13:29
    Por Daniela Amorim / Estadão

    O prejuízo provocado pela estiagem às lavouras de soja fez o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisar, nesta terça-feira, 22, a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário de 2022, de um crescimento esperado de 2,8% para uma alta de 1,0%.

    Segundo o Ipea, o principal motivo para o ajuste foi a projeção de queda de 8,8% na safra de soja, apurada pelo Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Apesar disso, há estimativas de crescimento substantivo em culturas como milho, cana-de-açúcar e café que devem mais do que compensar o desempenho negativo da principal lavoura da produção vegetal. A produção animal também deve contribuir positivamente com crescimento nas produções de bovinos, suínos e aves”, avaliou o Ipea, na Carta de Conjuntura publicada nesta terça-feira, 22.

    A projeção para o valor adicionado da produção vegetal passou de um crescimento de 2,6% para uma elevação de 0,3%. Já para a produção animal teve a estimativa de expansão ajustada de um avanço de 3,6% para aumento de 3,0%.

    Com o tombo na produtividade da soja, os técnicos do Ipea ressaltam que o valor adicionado da produção vegetal dependerá das outras culturas de peso, como milho, cana-de-açúcar, café e algodão.

    Um eventual novo choque climático que afete essas culturas de forma significativa poderia reverter a atual estimativa de crescimento na produção vegetal. Por outro lado, a safra de trigo ainda pode surpreender positivamente, se a elevação do preço do grão no mercado internacional, decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia, incentivar investimentos no plantio.

    “No caso da produção animal, o maior risco é de uma redução da demanda por proteínas animais devido ao aumento dos preços e à expectativa de uma atividade econômica pouco aquecida no ano de 2022. A alta dos preços dos grãos e do petróleo no mercado internacional tende a pressionar os custos do produtor que, com o objetivo de manter a rentabilidade, pode repassar esses aumentos ao consumidor final, impactando negativamente a demanda pelos produtos do segmento”, escreveram os técnicos do Ipea.

    Últimas