• Série sobre o grande assalto ao Banco Central traz detalhes inéditos do crime

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  • 18/03/2022 08:40
    Por Bárbara Correa, especial para o Estadão / Estadão

    Dezesseis anos após um dos crimes que mais chocaram o Brasil, o assalto ao Banco Central tem detalhes inéditos revelados em formato de série documental lançada pela Netflix. A produção 3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central coloca frente a frente o grupo de ladrões e o time de policiais federais que, ao longo de cinco anos, se enfrentaram em um jogo de gato e rato.

    No dia 6 de agosto de 2005, um grupo de criminosos furtou aproximadamente R$ 165 milhões, ou cerca de 3 toneladas e meia de cédulas de R$ 50 usadas e não rastreáveis. Um crime realizado através de um túnel com quase 80 metros de comprimento, aparentemente sem testemunhas nem pistas.

    Em entrevista ao Estadão, o diretor e roteirista Daniel Billio explicou que, durante quatro meses, ele e sua equipe fizeram “um curso intensivo de furto ao Banco Central, porque tivemos que investigar cinco anos de caso”.

    REALISMO

    Os três episódios são marcados por grandes níveis de detalhes e Daniel afirma que foi justamente esse intuito de se manter fiel aos depoimentos das fontes que tornou tudo mais realista.

    Ao longo da série, Billio mostra, além da investigação, as trágicas consequências de um golpe milionário que parecia perfeito, mas que deixou em seu caminho um rastro de extorsões, corrupção policial, sequestros e assassinatos.

    “O que me chamou a atenção nessa série foi a possibilidade de ter um plot twist (mudança radical) no terceiro episódio. No primeiro, é mostrada a genialidade dos ladrões que conseguiram fazer tudo isso sem que ninguém ficasse sabendo, sem troca de tiro nem nada”, inicia.

    “Na sequência, entra o grupo de policiais federais que também executa uma investigação longa, paciente e bem-sucedida para identificar e prender os criminosos. Tudo parece muito limpo e sem sangue. Mas, no último episódio, vimos que esse crime nunca foi limpo. Desde o primeiro dia tinha gente morrendo, sequestro e sangue na história. Tem esse bojo violento por trás dessa história aparentemente limpa”, diz ainda.

    O diretor explica que se surpreendeu com esse plot twist, pois a lembrança que tinha sobre o crime era apenas a de que “um grupo entrou lá e levou dinheiro sem disparar tiro”. No entanto, ele reitera que, para a realidade brasileira, a corrupção policial e todos os outros crimes que surgiram como consequência não são tão surpreendentes assim.

    “A gente tem a história do crime, da investigação e do pós-crime. Não é surpreendente ter essa reviravolta do final. O que aconteceu eu não acho que surpreenda ninguém na realidade brasileira”, concluiu.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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