• Termina reunião de Análise de Mercado do Copom

  • 15/03/2022 13:14
    Por Thaís Barcellos / Estadão

    Terminou às 12h45 (de Brasília) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A sessão havia começado às 9h46. Na tarde desta terça-feira, 15, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira, 16, eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 10,75% ao ano.

    No Copom de fevereiro, após elevar a Selic em 1,50 ponto porcentual, o BC indicou a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. Mas a reviravolta causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, com impacto nos preços de commodities, tem levado à disparada das estimativas de inflação em 2022 e respingado em 2023, foco principal da política monetária, que vem se afastando do centro da meta (3,25%).

    Na pesquisa do Projeções Broadcast, 44 de 53 instituições do mercado financeiro esperam alta de 1,00 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. Oito veem aumentos maiores, seis de 1,25 ponto, a 12,00%, e dois de 1,50 ponto, a 12,25%, enquanto um estimativa aponta para elevação de 0,75 ponto porcentual, a 11,00%.

    Mas nesta terça-feira instituições como Citibank e Terra Investimentos passaram a prever aumento de 1,25 ponto. No mercado de juros futuros, as apostas embutidas na curva estão divididas entre avanço de 1,00 e 1,25 ponto porcentual.

    Caso a alta de 1,00pp, para 11,75% ao ano, seja confirmada, os juros básicos atingirão o maior patamar desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25%. Será a nona alta consecutiva neste ciclo de alta de juros, que começou em março de 2021, com a Selic na mínima histórica de 2%, acumulando 9,75 pontos de ajuste.

    A última vez que houve nove aumentos seguidos (completando um ano de aperto) foi entre abril de 2013 e abril 2014, mas, naquela época, o avanço foi mais modesto, de 7,25% para 11,00%, ou 3,75 pontos porcentuais, em meio à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já o choque de juros deste ciclo já é o maior desde 1999, quando em meio à crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.

    O Copom se reúne esta semana com dois desfalques. Os indicados para as diretorias de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Dias Gomes, ainda não foram sabatinados pelo Senado.

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