Questionado sobre João Santana, Ciro pergunta se repórter defende nazismo
O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) perguntou, nesta segunda-feira, 14, se uma repórter defende o nazismo após ela questionar se a presença do marqueteiro João Santana, condenado pela Lava Jato por lavagem de dinheiro, colocava em xeque seu discurso sobre corrupção. O diálogo ocorreu durante um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT, em São Paulo.
“[João Santana] Pagou caríssimo por esse erro grave que cometeu. E depois de pagar caro o que se presta a um cidadão, a receção plena dos seus direitos à sociedade. O mais é nazismo, você defende isso? Você defende o nazismo, que é a condenação eterna? Eu acredito que você não defende isso não”, afirmou o presidenciável.
Ex-marqueteiro do PT, Santana foi condenado por prática de caixa dois e foi preso em 2016. Em 2017, foi solto após pagar fiança.
Ciro também foi questionado sobre a decisão do STF de rejeitar o recurso do PDT que afrouxaria as regras de punição para políticos enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Ele disse disse que não foi consultado sobre o tema pelo partido, mas afirmou que “a causa era boa” já que o PDT propôs ela.
Financiamento de campanha
Durante o seminário, o ex-ministro defendeu o fim de doações de pessoas físicas e o autofinanciamento de campanhas eleitorais. Em sua argumentação, o pedetista citou o ex-ministro Henrique Meirelles, que investiu 54 milhões na própria campanha para Presidência, em 2018.
“É preciso radicalizar o financiamento público de campanha, inclusive acabando com o financiamento próprio, para evitar candidato a presidente que botou 50 milhões do seu próprio patrimônio na campanha. Isso faz uma desigualdade. E financiamento privado, porque na hora que o tribunal determinou que o financiamento empresarial era ilegal, surgiram movimentos para disfarçar a contribuição empresarial e causar deformação”, afirmou Ciro.
Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as doações de empresas privadas para campanhas eleitorais contrariavam a constituição. O ex-ministro entende que a doação de pessoas físicas e autofinanciamento possui o mesmo “espírito” das realizadas por empresas privadas.