• LNCC vai pesquisar o vírus da Zika e suas consequências

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  • 16/03/2016 10:05

    O Ministério da Saúde e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) fecharam ontem um acordo de pesquisa ao vírus da zika e suas consequências. Pesquisadores de diferentes entidades se reuniram na sede do LNCC, órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, que funciona no Quitandinha. Mais de 30 pessoas participaram do encontro, que teve início por volta das 10h e terminou depois das 17h. Além de representantes do Ministério da Saúde, também estiveram presentes membros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

    Na ocasião foi realizada uma oficina de computação científica e zika, que teve como objetivo discutir oportunidades de colaboração científica no tratamento e na análise de dados para apoio ao enfrentamento à Emergência em Saúde Pública relacionada ao vírus. Para Fátima Marinho, diretora de doenças crônicas e também responsável pela área de análise de dados no Ministério da Saúde, com o acordo o LNCC poderá dar apoio na parte de computação científica. Ela saiu ontem de Brasília e considerou a reunião muito positiva, destacando a parceria entre uma área da saúde, que é considerada de emergência, com apoio da tecnologia é inédito no país. 

    Para ela, o desafio que o país enfrenta atualmente ressaltou que é poder estimar as consequências causadas pelo vírus a longo prazo. “Esta é a única forma que temos de preparar os serviços de saúde para atender os pacientes. Já sabemos que o vírus tem predileção pelo sistema nervoso e pode causar complicações, como a síndrome do Guillain Barré”, declarou. Ela comentou que é preciso quantificar para saber que tipo de assistência será necessária. “Temos que saber, por exemplo, se vamos precisar abrir novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ou seja, precisamos atuar rápido para evitar complicações”. 

    A diretora destacou ainda que é preciso antever os efeitos do vírus no corpo. “Estamos trabalhando com as ações de controle do vetor e, paralelamente, discutimos as consequências que são geradas. Uma delas é a malformação congênita. Identificamos, por exemplo, que os bebês com microcefalia, decorrente do vírus da zika, são diferentes, ou seja, tudo indica que caracteriza uma nova síndrome, porque as características são distintas. Porém, essas informações ainda estão sendo avaliadas e não há um estudo concluído sobre o assunto”, comentou. 

    A maior preocupação do Ministério da Saúde, segundo Fátima, continua sendo a região Nordeste. Porém, ela lembra que a epidemia de dengue teve início na região e, em seguida, disseminou-se pelo Rio de Janeiro, no Sudeste. “Se seguir o que aconteceu com a dengue, o Rio seria, agora, a bola da vez”, destacou, acreditando que o clima quente tem relação com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti e, consequentemente, com a disseminação das doenças causadas por ele (zika, dengue e chikungunya).

    O pesquisador do LNCC, Fábio Porto, comentou que a reunião envolveu de forma espontânea a iniciativa pública e privada. Ele explicou que, com o acordo, o grupo de ciência de dados do laboratório, que trabalha com o desenvolvimento de técnica e métodos de grande volume de dados, vai reservar uma parte do tempo para essa pesquisa. “O Ministério da Saúde está trazendo os problemas e nós vamos nos aproximar dele, para tentar respondê-los”, disse. 

    Petrópolis não tem casos confirmados de zika vírus

    De acordo com a Secretaria de Saúde do município, não há casos registrados de zika vírus na cidade em 2016. O órgão também não confirmou registros de chikungunya. Apenas foram confirmados 27 casos de dengue este ano, outros 30 foram descartados. 






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