• Pessoas em situação de rua podem estar entre as vítimas ainda não identificadas no IML

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  • 12/03/2022 05:00

    O Centro de Defesa dos Direitos Humanos – CDDH investiga a possibilidade de terem pessoas em situação de rua entre os oito corpos que ainda não foram identificados no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a apuração da Prefeitura, esses corpos ainda aguardam o resultado das análises de DNA para que a investigação sobre a identidade seja concluída. Como são pessoas, na maioria das vezes, sozinhas, que não têm uma família reclamante pelo seu desaparecimento, o CDDH levanta a hipótese que possam ter pessoas em situação de rua entre as vítimas fatais da tragédia. 

    “A gente ainda não teve a oportunidade de ir ao IML, devido à grande demanda de atendimentos que temos tido desde o dia 15. Além das vítimas das chuvas a que prestamos suporte, ainda tem o atendimento às pessoas em situação de rua, que buscam o CDDH para tomar banho e receber outros cuidados. Desde a tragédia, ainda não conseguimos retomar a atividade de acolhimento noturno, que conta, em média, com 50 a 58 pessoas. Aos poucos, estamos tentando percorrer todos os locais onde as pessoas que acompanhamos vivem, para checar a situação. Mas, já estivemos em alguns lugares e há pessoas que não localizamos. Elas podem ter ido para casa de parentes, mas há sim a possibilidade de que estejam entre as vítimas. Inclusive as que estão sem identificação no IML”, avalia Carla de Carvalho, coordenadora do CDDH.

    Em Correas, Nogueira e Itaipava há grupos e indivíduos em situação de rua que viviam próximos às pontes de acesso. “Em Correas, tem um senhor que vivia embaixo da ponte, que ainda não localizamos. O mesmo aconteceu com um grupo de moradores, que vivem perto da margem do rio, no trecho do Parque Municipal, em Itaipava. A gente ainda pretende voltar a esses locais, ouvir mais pessoas e descobrir o paradeiro dos desaparecidos. Elas podem estar entre as vítimas que aguardam identificação no IML, mas pode se tratar também de pessoas que viviam sozinhas, sem parentes para procurar a polícia e noticiar o desaparecimento”, destaca a coordenadora do CDDH.

    Do total de 233 vítimas contabilizadas até o momento, 138 são mulheres e 95, homens, destes, 44 são menores. Até quinta-feira (10), equipe do Corpo de Bombeiros utilizam o suporte de drones para vasculhar o Rio Quitandinha, por onde há a suspeita de que estejam desaparecidas três vítimas que constam entre os desaparecidos identificados pela Polícia Civil: Antônio Carlos Dos Santos, de 56 anos; Heitor Carlos Dos Santos, 61; e Pedro Henrique Braga Gomes Da Silva, 8 anos. Já no Morro da Oficina vem sendo realizada a busca por Lucas Rufino Da Silva, 20.

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