Alceu e o violão, no palco, como na sala de casa
Ao longo da pandemia, com a agenda de shows cancelada, Alceu Valença teve um reencontro com seu violão. Com o instrumento em mãos, ele criou novas canções e trabalhou outros arranjos para antigas composições de seu repertório, em uma carreira que já soma quase cinco décadas.
Dessa reaproximação com o instrumento, nasceram quatro álbuns – três já lançados: Sem Pensar no Amanhã, Saudade e Senhora Estrada. E o novo show, Solo, já apresentado em janeiro em Portugal e que agora estreia no Brasil.
O músico conta que, desde uma temporada que passou em Paris em 1979, não tocava tanto violão. “Quando veio a pandemia, com a necessidade de passar muito tempo em casa, o violão olhava pra mim e eu olhava para ele, e daqui a pouco eu estava tocando como nunca. Era o dia inteiro com o instrumento, tocando minhas músicas, temas de Luiz Gonzaga”, diz ao Estadão.
O resultado foram muitas músicas novas. “Minha mulher Yanê passava e dizia: ‘Tá lindo’. Eu respondia: ‘O quê?’ E ela: ‘Essas músicas que você tá tocando’. Então, decidi gravar. Cheguei ao estúdio da Deck e gravei logo quatro discos, com 11 faixas cada um. O quarto é um álbum que gravei com Paulo Rafael, só nós dois, e que sairá em breve.”
Entre as selecionadas para a apresentação estão seus sucessos, como Anunciação, Tropicana, Belle de Jour, Coração Bobo, Táxi Lunar, além de Sabiá e Pau-de-Arara, de Gonzagão.
Acostumado a ser visto com sua banda e com uma vitalidade de um folião do carnaval do Recife, Alceu, de 75 anos, não acredita que, sozinho no palco, ficará distante da plateia. “Tem o caráter intimista, a relação do artista com o instrumento, mas também interajo com a plateia. Costumo dizer que é como se o espectador estivesse na sala da minha casa. Uma relação de intimidade com o público”, diz. l
Hoje (4), 21h. Teatro Bradesco.
Shopping Bourbon. R. Palestra Itália,
500, 3º Piso, Pompeia. R$ 77/R$ 300.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.