500 anos da Reforma Luterana Contexto Histórico III
Veremos neste artigo os motivos mais restritos que motivaram o movimento da Reforma. Estes motivos estão nos descalabros existentes no clero e nos abusos em relação ao povo.
Neste sentido, o Papa Alexandre VI (1491-1503) sobressai. Seu nome era Rodrigo Borgia. Foi feito cardeal por seu tio Calixto III, recebendo diversos rendimentos pelo seu cargo. Seu adultério com Vanozza de Cataenis era conhecido, bem como os quatro filhos que teve com ela. Além destes filhos, teve outros filhos com outras mulheres. Sua eleição a papa se deu por simples suborno. Eleito papa, continuou sua vida desregrada. Deu a seus filhos vários benefícios.
Em 1503, o papa Júlio III (1503-1513) assumiu o pontificado. Ordenou a destruição da basílica de São Pedro e iniciou a construção da atual. Seus contemporâneos o denominavam de “O Terrível”, pois era mais rei e comandante de tropas do que líder espiritual da Igreja.
Após Júlio III, assumiu Leão X (1513-1521), que foi acusado de leviandade e esbanjamento de recursos em busca de seu próprio prazer.
A situação do clero não era melhor que a do papado. O concubinato dos sacerdotes era tão comum que os fiéis já não se chocavam mais com ele, sendo considerado normal.
O problema estava em outro lugar: para a maior parte do clero, a Igreja era vista como sendo sua propriedade, da qual poderiam auferir dividendos e prazeres. Seu sucessor, Adriano VI, comenta sobre Leão X: “O vício tornou-se tão natural que os que por ele foram manchados não sentem mais o fedor do pecado.”
Também a situação do clero não era melhor que a do papado. E o concubinato dos sacerdotes, que tinham uma ou várias mulheres, não era o problema. Havia regiões onde o concubinato dos padres era vício tão comum que os fiéis não se chocavam mais com ele. O problema residia em outro ponto: para a maior parte do clero, a igreja era vista com sua propriedade, da qual se auferiam dividendos e prazeres. Quando se criava uma paróquia ou um bispado, não havia a preocupação com o culto e com o pastoreio dos fiéis, mas com o desejo por parte dos tesouros da graça. Não havia preocupação com as pessoas, mas em relação ao dinheiro.
Um exemplo é a catedral e a igreja de São Severo, de Erfurt, que era uma cidade dentro da cidade, onde residia a aristocracia eclesiástica. Os cidadãos de Erfurt a consideravam um corpo estranho na cidade. Vivia de ricos rendimentos, suas residências eram suntuosas, suas mesas serviam as mais finas iguarias e os melhores vinhos, o que só veio à tona quando, nos dias da Reforma, o povo a invadiu. Tinham também suas concubinas.
A Cúria Romana procurava por todos os meios cobrir os seus gastos. A falta de dinheiro era constante em razão dos gastos com a corte, com construções ou despesas militares, resultantes de constantes guerras contra os turcos. Criou-se um sistema de taxas, impostos, doações e penitências, entre as quais as indulgências.
Os nobres, o Estado e a Igreja em conjunto exploravam o povo. Isso levou à insatisfação. Levou ao desejo de mudança. Neste contexto, surge Martin Lutero. Questiona a venda de indulgências. Com isso, questiona a exploração da fé das pessoas.
É o grito por liberdade que estava sufocado na garganta de cada pessoa que se torna visível através do protesto de Lutero. A ele se unem os líderes territoriais, príncipes e nobres insatisfeitos com Roma e com o Império.
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Avenida Ipiranga, 346.
Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703