• Violência como um câncer

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 18/10/2017 08:15

    As consequências da violência na Cidade do Rio já escorrem por suas fronteiras. Com os recorrentes episódios em diversos pontos, não são poucos os cidadãos cariocas determinados a deixarem as maravilhas e os encantos mil em busca de paz. Neste contexto, as cidades do interior já sentem a chegada desordenada de pessoas, o que pode impactar na qualidade de vida local. Mais um desafio para as autoridades, principalmente das forças federais, que, até o momento, só praticaram a pirotecnia sem medidas eficazes para solucionar o quadro caótico da segurança pública do Estado.

    Recente pesquisa do DataFolha revelou que 72% dos moradores disseram que iriam embora do Rio por causa da violência. Foram ouvidas mais de 800 pessoas e esta vontadefoi expressa pela maioria em todas as regiões e faixas socioeconômicas. Um clima de insegurança notório e que deflagra o quanto descrente está o povo.

    E não é para menos. Nos últimos meses, tiroteios, mortes e feridos viraram rotina e, além da morte de mais de 100 policiais, as vítimas de bala perdida só aumentam. Segundo o Instituto de Segurança Pública, homicídios dolosos, roubos e lesões corporais seguidos de morte e mortes decorrentes de ação policial aumentaram 16,32%, somente entre janeiro e junho deste ano. Uma guerra.

    Assim, os olhares desesperados se voltam para as cidades da Região Serrana e Região dos Lagos. Mas se isso representa esperança de dias mais calmos para alguns, coletivamente isso também pode ser um problema. A expansão de Cidades como Cabo Frio, Arraial do Cabo, entre outras das regiões dos Lagos pode causar o crescimento desordenado e maior favelização. O mesmo acontece nas regiões serranas.

    Além disso, com a evolução desses municípios, o próprio tráfico desperta o interesse pela região, movimento que já vem acontecendo há alguns anos. Ano passado, por exemplo, Cristiane Silva, a Tia do pó, foi presa na Região dos Lagos onde comandava o tráfico de drogas em comunidades de Araruama e Macaé.

    Em verdade, o clima paradisíaco do nosso litoral também já se encontra ameaçado pelos tentáculos do tráfico e a preocupação é que se intensifique ainda mais.

    Enfim, uma debandada maior de moradores para estas regiões tende a fomentar a penetração do narcotráfico e, assim como o câncer metastático, tomar todo o Estado. Precisamos de medidas preventivas para frear isso o quanto antes.

    Últimas