• Ao invadir Ucrânia, Rússia faz exibição de seu novo poderio militar

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  • 25/02/2022 08:28
    Por Roberto Godoy / Estadão

    Fazia um frio de 2 graus em Kiev quando o primeiro fogo veio do céu, na madrugada de ontem – um míssil russo de precisão, provavelmente da classe Kalibr, com ogiva de meia tonelada de explosivos, caiu sobre o prédio do comando conjunto das Forças Armadas da Ucrânia, na periferia da capital. Era só o começo.

    O show sinistro do clarão do bombardeio noturno estava acontecendo em muitos outros pontos do país sob ataque. Tropas apoiadas por blindados de infantaria rodavam pela região leste com a cobertura de helicópteros artilhados. Em Odessa e Mariupol, fuzileiros teriam desembarcado com a missão de assumir o controle – ou destruir – as instalações portuárias.

    Doze horas depois, as notícias da invasão da Ucrânia eram as piores possíveis. No período, tudo deu certo para a força expedicionária da Rússia, o que queria dizer que a infraestrutura militar – o objetivo dos ataques – tinha sido atingida. Com ela, usinas de energia e sistemas viários, alguns perto de Kiev, que fazem ligação com o distrito industrial.

    Nas primeiras horas da invasão à Ucrânia, a Rússia fez uma grande exibição de seu moderno e amplo poderio militar, no qual ela vem investindo pesadamente há alguns anos. Fotografado e registrado por satélites, o aparato mobilizado expôs também uma escancarada falha da inteligência da Otan, dos EUA e da Europa. Se sabiam de algo, não tomaram providência.

    Para conseguir levar a cabo esta operação, a Rússia precisou de pelo menos dois anos para organizar tudo. Esse grande efetivo mobilizado foi dividido em linhas de atuação. Uma delas é a linha vermelha, de contato, que fica na fronteira da Rússia com a Ucrânia. Para essa linha vermelha, Moscou deslocou 120 mil combatentes que, sozinhos, já formam um exército gigantesco.

    E eles estavam reforçados com tanques, canhões, lança-mísseis, veículos de transporte de tropa, os blindados de infantaria. Um destaque foram pesos-pesados tanques do tipo T-72C e T-90, com canhões enormes de 125 mm e sistemas avançados.

    Há também uma linha amarela, com mais 52 mil combatentes, de retaguarda.

    O objetivo é claro, mas também vago: a desmilitarização da Ucrânia. Como ele será alcançado é que ninguém sabe exatamente como.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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