A Firjan Serrana e o BNDES iniciaram na manhã desta quarta-feira (23/2) o mutirão Tira-Dúvidas sobre crédito para pequenos e micro empresários de Petrópolis, afetados pela calamidade das chuvas da semana passada. Empresários podem tirar dúvidas sobre como conseguir linhas de financiamento e crédito emergencial para recuperação econômica. O Centro de Atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na Avenida Pedro I, 579.
Desde o primeiro dia, o Centro de Atendimento ao Pequeno Empresário já prestou assessoria e tirou dúvidas para mais de 150 empresários de Petrópolis, de todos os setores e portes de empresas. A Enel também está prestando atendimento aos empresários.
Linhas de financiamento
Chefe do departamento de Relacionamento com bancos e entidades empresariais do BNDES, Tiago Peroba disse que a instituição possui uma linha de crédito emergencial para essas ocasiões com melhores prazos e carência mais longa. Segundo ele, a maioria dos empresários acredita que o banco só atende a grandes empresas. “Isso não é verdade. A maior parte dos nossos financiamentos é para pequenas e médias empresas, via agentes bancários. Porém, o empresário deve procurar a melhor solução financeira para si, podendo ser em qualquer banco que tenha relacionamento ou não”, acrescentou.
Segundo ele, a linha de crédito do BNDES é voltada para o capital de giro, com prazo total de 90 meses, carência de até 36 meses e até R$ 2,5 milhões de financiamento, conforme a necessidade da empresa. O crédito pode ser feito junto a um agente financeiro e, dependendo do valor, tem 100% de cobertura do BNDES.
Já Luiz Antonio Daud, diretor regional do Sinditec e empresário do ramo de telecomunicações de Petrópolis, contou que muitos empresários foram obrigados a recorrer ao crédito do Pronampe durante a pandemia da Covid-19. “Agora eles estão endividados e não obtêm a certidão negativa para um novo empréstimo. É necessário facilitar esse acesso diante dessa nova crise, que é a calamidade em Petrópolis”, afirmou Daud. A federação está atenta ao problema e procurando soluções a serem encaminhadas ao governo federal para auxiliar o industrial fluminense.
Presidente da AgeRio, André Vilaverde disse que a agência de fomento do estado abriu o programa “Reconstruir Petrópolis”, com 2 linhas de financiamento. A primeira, voltada para os MEIs e autônomos, vai de R$ 5 mil a R$ 50 mil. Já a segunda vai de R$ 50 mil a R$ 500 mil para pequenos e médios empresários. “Temos R$ 200 milhões para financiamento com taxas de juros zero e 12 meses de carência”, contou ao visitar o Centro de Atendimento da Firjan.
Bernardo Santoro, superintendente comercial do BB em Petrópolis, afirmou que o banco público está construindo soluções customizadas para atender caso a caso de cada empresário, evitando a negativação e mantendo os limites operacionais dos clientes. “Já temos linhas com 6 meses de carência e 90 meses para pagamento, mas vamos apresentar outros produtos também”, complementou.
É o caso do casal Ricardo Rosa e Andreza Machado dos Santos, proprietários da MAME Confecção, cuja parte da fábrica, próximo ao Alto da Serra, foi atingida por uma barreira de terra, destruindo equipamentos e parte da matéria-prima. “Precisamos comprar novos equipamentos e material, para poder reiniciar os trabalhos e manter nossos 18 empregados”, contou Ricardo.
Eles foram atendidos no mutirão, com objetivo de obter um financiamento com carência maior para aquisição de novo maquinário e recursos para manter a empresa aberta nos próximos meses. “Vai levar um tempo para voltar à normalidade”, disse Andreza, que relatou também terem perdido a casa onde moram.
Executiva de Negócios da Região Fluminense do Bradesco, Monique Carvalho afirmou que desde o início da tragédia, o banco está telefonando para os clientes impactados, para entender a particularidade e a necessidade de cada um. “Possíveis dívidas estão sendo renegociadas, aumentando o prazo de pagamento. Também estamos aptos a atender àqueles que obtiverem a linha de financiamento do BNDES. A centralização do atendimento aqui na Firjan facilita muito a atenção que podemos dar aos clientes e empresários”, assegurou.
Alfredo Leal, gerente geral do Polo de Petrópolis do Santander, afirmou que a instituição possui linhas próprias para flexibilizar as parcelas para os clientes. “Também estamos estudando novos processos, alternativas, para aditar contratos e parcelas, entre outros produtos, que serão apresentadas aos empresários de Petrópolis”, contou.