Mudanças em escola no Caxambu geram protestos

Pais de alunos da Escola Municipal Abelardo de Lamare, no bairro Caxambu, se uniram para tentar impedir o fechamento de turmas do segundo segmento do ensino fundamental da unidade. O fim das turmas de 6° ao 9° ano foi comunicado na semana passada por equipe da Secretaria de Educação, durante reunião com o corpo docente da unidade. Ontem de manhã (10) os pais se reuniram com diretores da escola e pediram que um novo encontro, dessa vez com o secretário de Educação Anderson Juliano, seja marcado para os próximos dias.

“Não vamos aceitar o fechamento de qualquer turma na escola. O que queremos é que o colégio cresça ainda mais e receba as melhorias necessárias. Estamos dispostos a lutar”, disse Maria Celeste dos Santos Diniz, de 45 anos. Dos cinco filhos, três já estudaram na Abelardo de Lamare e outros dois ainda estão na escola. A Abelardo de Lamare existe há mais de 60 anos e atualmente tem 210 alunos da educação infantil ao 9° ano do Ensino Fundamental.

O fechamento das turmas do 6° ao 9° ano afeta diretamente 115 estudantes. De acordo com os pais, a proposta da Prefeitura é transferir os alunos para outras unidades. “Nossa comunidade é rural e por isso os alunos têm direito ao transporte. Se eles forem transferidos para escolas mais distantes, como será este transporte? Estamos todos muitos preocupados com esta situação”, disse José Carlos Vieira, de 46 anos, que tem quatro filho, três ainda estudando na escola.

De acordo com os pais, em novembro, quando começa o período de pré-matrícula, eles devem escolher para qual escola os filhos deverão ser transferidos. A intenção é que no início do ano letivo de 2018 a Abelardo de Lamare já esteja funcionando apenas com as turmas da educação infantil e do primeiro segmento do ensino fundamental.

“Quando falaram sobre a proposta deles não deram chances para que pudéssemos mostrar que a comunidade não quer essas mudanças. Queremos conversar e dialogar, mostrar ao secretário de Educação que a nossa escola deve continuar aberta, atendendo como sempre atendeu”, disse Maria Celeste.

O drama dos pais e alunos da Escola Municipal Abelardo de Lamare é o mesmo enfrentado por moradores das comunidades do Rocio, Brejal e Pedras Brancas. No início do ano, a Prefeitura também tinha anunciado o fechado das escolas Sebastião Lacerda, Antônio José de Lima e Soroptimista.

Após mobilização dos pais e alunos, a Secretaria de Educação recuou da decisão. A possibilidade de fechamento das escolas também gerou abertura de inquérito proposto pela 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Comarca de Petrópolis.

Em texto distribuído ontem no fim da tarde à imprensa, a Prefeitura confirmou a transferência dos alunos do segundo segmento do ensino fundamental para a Escola Senador Mário Martins, a 1,5 km da Abelardo de Lamare. A Secretaria de Educação garantiu que fará o transporte dos alunos em ônibus escolar próprio.

Com as mudanças, a Escola Abelardo de Lamare vai contar, segundo a Prefeitura, com ensino em tempo integral em 2018. Alunos do 1º ao 5º ano estudarão durante o dia todo e terão atividades pedagógicas, esportes, artísticas e culturais de forma integrada. A Prefeitura também informou que vai aumentar em 50% a oferta de vagas para a educação infantil – crianças até 5 anos – na unidade.