• ‘Vai ficar na minha senzala’, diz médico que acorrentou funcionário em Goiás

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  • 17/02/2022 15:12
    Por Jayanne Rodrigues / Estadão

    Um homem negro de 37 anos teve os pés, os pulsos e o pescoço acorrentado pelo médico Márcio Antônio Souza Júnior, na zona rural de Goiás, município a 140 quilômetros de Goiânia.

    No vídeo divulgado na internet pelo próprio acusado, ele ironiza: “Ai ó, falei para estudar, ele não quer… E vai ficar na minha senzala”. Com a repercussão do caso, foi aberto um inquérito para investigar o crime de racismo.

    O responsável pela apuração é o delegado da cidade, Gustavo Cabral. Segundo a Polícia Civil de Goiás, o registro foi compartilhado nesta terça-feira, 15, na página pessoal do médico. Em uma tentativa de se retratar, Márcio Antônio fez um novo vídeo justificando que o episódio se tratava de uma brincadeira: “e aí, camarão! O povo está enchendo o saco. O que você fala disso?”, o homem responde: “tem nada de escravidão, não gente.”

    No mesmo dia, um terceiro vídeo foi gravado pelo médico: “Gostaria de pedir desculpas se alguém se sentiu ofendido, foi uma encenação teatral”. A polícia informou que o homem acorrentado é funcionário do médico há três meses.

    COM A PALAVRA, O MÉDICO MÁRCIO ANTÔNIO SOUZA JUNIOR

    A reportagem do Estadão tentou entrar em contato com o suspeito, mas até a publicação deste texto não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação

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