• Quando Petrópolis estará realmente preparada para as chuvas?

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  • 17/02/2022 02:38

    Hoje temos um sistema de alerta de chuvas, o que nem existia antes de 2011, por exemplo. Mas é o suficiente? Foi a pergunta principal sobre a chuva desta terça-feira que arrastou carros, ônibus e pedestres em várias ruas com vítimas fatais. Por que fomos pegos de surpresa? O sistema de alerta com as sirenes funcionam nos bairros onde há locais de risco (como deve mesmo ser), mas nem sempre são respeitadas.  Porém, e o risco para o restante da cidade? A Rua Coronel Veiga, um clássico para alagamentos, demorou, mas foi fechada. Mas e as outras vias? O trânsito continuou fluindo e a chuva foi rápida e dezenas de carros foram arrastados na Rua do Imperador, outros tantos nos bairros.

    Luz e internet fora do ar

    Luz e internet são as duas primeiras coisas a deixarem de funcionar, impedindo a comunicação e aumentando pânico e isolamento. A chuva também impacta ainda nas escolas. Afinal, as aulas presenciais recomeçaram e pais não puderam chegar às unidades para buscar os filhos e aí sejam particulares ou públicas. Permaneceram os estudantes cuidados pelos professores, estes também sem saber como e quando iriam deixar as escolas. Muitos só deixaram as unidades pela manhã.

    Até quando?

    As lojas sem comportas foram pegas de surpresa e até mesmo as que tinham o recurso – que começou a ser usado largamente a partir da enchente de 1988 – foram inundadas diante da velocidade das águas, um prejuízo imenso. Mais uma vez a tragédia resultou, além das perdas materiais, em mortos, desabrigados e desalojados, as vítimas das barreiras, uma realidade que a cidade não consegue resolver com 47 mil pessoas em áreas de risco.  E aí fica a questão: quando Petrópolis vai estar preparada para os temporais?

    Vaias

    Não passou despercebida a recepção do governador Claudio Castro e do ex-prefeito Bernardo Rossi no Morro da Oficina. Chegaram sob vaias. Mais para Bernardo do que para Castro. Moradores disseram que o ex-prefeito só chega no local para tirar fotos. Mas, tiveram peito de ir. A comitiva estava sem a presença do prefeito Bomtempo e do vice, Mustrangi.

    Sai do seu, do meu, do nosso

    O tal ‘dinheiro da Câmara de Vereadores’ que vai pagar a dívida da prefeitura com as empresas de ônibus – aquele subsídio que fez a passagem abaixar R$ 0,20 – não é do legislativo, né? O dinheiro saiu do nosso bolso. O orçamento da Câmara, cerca de R$ 36 milhões anuais, vem da prefeitura que, por sua vez, arrecada da gente ISS, IPTU etc. Então, só para esclarecer: nós é que estamos pagando a conta de R$ 1,8 milhão.

    Sem detalhes

    Falando nisso, as coisas vão aparecendo, né? O combinado era subsídio de R$ 700 mil em troca de 100% da frota nas ruas. Isso era o que a gente sabia, assim como notamos que não foi cumprido por parte das empresas. O que a gente não sabia e agora apareceu é que o subsídio foi reduzido à metade, mas também deixou de ser pago.  Ao deixar de fazer publicidade desses assuntos, Hingo Hames, ex-interino, arrumou propaganda negativa contra si mesmo.

    Sempre aparece

    Também perguntamos uma infinidade de vezes à prefeitura até quando iria o subsídio e a resposta foi sempre a mesma: até o final da pandemia. Agora ficamos sabendo que a data sacramentada no acordo com a justiça era dezembro… Aos pouquinhos a coisa vai aparecendo…

    Dívidas das empresas também

    Será que não dava para abater esse dinheiro de subsídio da dívida de R$ 18 milhões que as empresas têm com a prefeitura em ISS? Aí, abatia da passagem também e dava para baratear a tarifa em R$ 0,40 até por um ano. Faz as contas aí e diz se não dá.

    Partisans até hoje só viram a Praça Visconde de Mauá com a águia praticamente coberta por duas vezes: 1988 e 2002. Ali a água passou de 1,70 de altura.

    Ônibus para a Comdep

    E a polêmica da volta às aulas focou ainda em suposto desvio de veículos escolares para a Comdep, com o assunto pegando fogo nas redes sociais. Só porque os ônibus são pintados na mesma tonalidade dos escolares… Mas, não é isso, não. A Comdep contratou três ônibus, custo de R$ 49 mil, da Expresso Barão e Santa Luzia, por dois meses apenas para o transporte dos funcionários  Isso, no limite da dispensa de licitação que é de R$ 50 mil. Então, só vale por dois meses mesmo. Se renovar ou contratar de novo é ilegal. Nunca é demais avisar.

    Anota aí, gente!

    Mas, aí já que estávamos futucando no site da Comdep para verificar o lance dos ônibus fomos ver as demais comprinhas e serviços com dispensa de licitação para não perder a viagem. Mermão: tem de serviço de recarga de cartucho de impressora até quentinhas.  Não custa nada avisar que a dispensa de licitação só pode gerar uma contratação em 12 meses. Mais que isso é contra a lei.

    *As imagens foram captadas em redes sociais e estão sem autoria. Se os autores identificarem suas fotos podem entrar em contato para que possamos credita-las.

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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