• Putin acena para continuidade de negociações com Otan e diz ‘não querer guerra’

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  • 15/02/2022 12:05
    Por Gabriel Caldeira / Estadão

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país não quer uma guerra na Europa por conta do conflito com a Ucrânia e afirmou estar preparado para continuar com os esforços diplomáticos junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os Estados Unidos e seus aliados, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 15.

    Após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o mandatário russo acenou para a desescalada das tensões geopolíticas ao afirmar que a decisão de retirar parte das tropas da fronteira ucraniana foi, de fato, tomada, mas alertou que a resposta de potenciais ocidentais às exigências da Rússia “não corresponde aos princípios básicos” estabelecidos pelo seu governo.

    Scholz disse concordar com Putin que os esforços diplomáticos para resolver o conflito “não se esgotaram”. O chanceler comemorou a retirada parcial das tropas russas ao desejar que a “tendência” se mantenha, e disse não ver lógica na atuação militar do país na fronteira com a Ucrânia.

    “Qualquer ataque adicional à Ucrânia traria consequências terríveis”, alertou Scholz.

    Segundo o chanceler, é muito importante continuar o diálogo com a Rússia, uma vez que a parceria econômica com a Alemanha é “promissora”, em especial em áreas como descarbonização, digitalização e energia limpa. Putin, por sua vez, afirmou que a Alemanha é um dos principais parceiros econômicos de seu país.

    Gás

    Segundo o presidente russo, os alemães seguirão recebendo suprimento de gás russo “a preços de longo prazo”.

    Ele ainda defendeu o projeto do gasoduto Nord Stream 2 – que tem oposição de países como os EUA – ao afirmar que ele fortalecerá a segurança energética europeia.

    Temor

    Putin reforçou ainda que quer resolver o “problema” da possível admissão da Ucrânia à Otan o quanto antes, mas expressou preocupação de que as negociações com a aliança e seus principais Estados-membros fique estagnada.

    “Não vamos permitir atrasos nas negociações para prejudicar a segurança da Rússia”, alertou o mandatário russo.

    Segundo Scholz, a resposta da Otan às exigências russas foi “positiva”, mas não como Moscou gostaria.

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