• Seis ex-moradores de rua já voltaram a viver com suas famílias

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  • 03/10/2017 12:00

    A Prefeitura assumiu o desafio de reinserir pessoas em situação de rua na sociedade priorizando o restabelecimento dos vínculos familiares. Somente neste ano, seis homens retornaram para os seus lares e um deles está abrigado em um instituto de longa permanência para idosos. A reintegração foi possível pelo trabalho em conjunto entre as secretarias de Assistência Social e da Saúde, que proporcionam acompanhamento clínico, psicológico e assistencial a essas pessoas desde a abordagem nas ruas.

    O acolhimento à população em situação de rua é realizado pelo Centro Pop, com as abordagens diárias em horários diversos e na oferta de atividades durante o dia – palestras, acompanhamentos com assistentes sociais, além de refeições e banho. Os que desejam deixar as ruas são encaminhados para o Núcleo de Integração Social (NIS), recebendo os atendimentos de saúde, por meio da parceria com Consultório na Rua, e os acompanhamentos com psicólogos e os serviços da Assistência Social – retirada da segunda via de documentos, contato com familiares, cadastro único para benefícios sociais (Cadúnico), busca por oportunidades de emprego, entre outros.

    A secretária de Assistência Social, Denise Quintella explica que o processo de reinserção dos sete homens levou em média três anos para ocorrer. “Não é um processo rápido. Há resistência, por muitas vezes, devido ao vício em álcool e drogas e eles acabam abandonando o tratamento e saindo do abrigo, então a nossa equipe trabalha diariamente nesse resgate de autoestima, de equilíbrio emocional e principalmente na reintegração com as famílias e fortalecimento de vínculos. Todos os seis já estão inseridos em seus lares com parentes e apenas um foi encaminhado para uma casa de acolhida de idosos”, informa.

    O coordenador do NIS, Willian Feliciano relembra que um dos inseridos era um vizinho que o conheceu ainda na infância.“Todos tinham problemas com álcool ou drogas. É muito triste ver que uma pessoa que tinha uma vida totalmente estabelecida se perdeu devido ao vício. Um morador em especial marcou a minha infância e hoje eu pude ajudá-lo em todo esse processo de volta pra casa. Agora já recuperado ele vem nos visitar, almoça conosco, é outra pessoa. Mas é uma conquista, a cada dia damos um passo em busca da recuperação de todos”, disse Willian.


    População pode ajudar solicitando abordagens às pessoas em situação de rua

    Em Petrópolis há pelo menos 130 pessoas em situação de rua. A Secretaria Assistência Social faz diariamente, em horários diversos, a abordagem a essas pessoas e a população também pode solicitar o serviço pelo telefone 2246-8741 com funcionamento 24h. A secretária de Assistência Social, Denise Quintella, explica que o primeiro contato é feito pela equipe de educadores do Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua (Centro Pop). Após a abordagem é oferecido a acolhida ou transferência para o Núcleo de Integração Social (NIS).

    “Não podemos obrigar as pessoas a saírem das ruas. Elas precisam ir para os locais de apoio por livre vontade. O acolhimento inicial é no Centro Pop onde eles podem tomar banho, se alimentar e passar o dia. Caso a pessoa tenha interesse, pode ser encaminhada para o Núcleo de Integração Social (NIS) onde passará por todo um processo de ressocialização por meio do tratamento assistencial, médico e psicológico”, orienta. 

    O objetivo da Assistência Social é dar a oportunidade para que as pessoas possam restabelecer a saúde e retornar para as suas famílias. O Centro Pop atende, em média, 130 pessoas e o NIS chegou a abrigar este ano 80 pessoas. Atualmente há 53 internos. Destes, apenas sete são mulheres.

    “A maioria, 90%, são homens na faixa etária de 30 a 50 anos e muitos precisam de tratamento pelo uso abusivo de álcool e drogas. Há, ainda, os pacientes psiquiátricos. Por conta disso. o apoio da Saúde através do Consultório na Rua e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) são essenciais neste processo de recuperação”, disse Denise Quintella.


    Após a reabilitação a Assistência continua acompanhando as famílias

    Todos os sete homens que deixaram o Núcleo de Integração Social (NIS) precisaram passar por tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) e no Ambulatório de Saúde Mental. A Superintendente de Atenção à Saúde, Fabiola Heck explica que todas as pessoas em situação de rua do município são assistidas pelo Consultório na Rua com atendimentos de enfermagem, clínicos e odontológicos.

    “É um trabalho integrado com médicos de outros programas ou Unidades da rede, como exemplo, realizamos vacinação contra gripe e febre amarela em todas essas pessoas, há ainda o acompanhamento odontológico, ginecológico e clínico. É importante destacar que neste processo de reinserção domiciliar dos usuários promovido pela Assistência, o CAPS AD III ofereceu acompanhamento aos usuários e aos familiares atendimentos em grupo e individuais”, afirma Fabíola Heck.

    “Após a reinserção a Assistência vai continuar visitando essas famílias e acompanhando com estão ocorrendo os tratamentos médicos e psicológicos além de auxiliá-los a conseguir um emprego. Ficaremos por pelo menos quatro meses com essas visitas regulares, mas vai depender da evolução de cada um, estamos encarando como um processo e o primeiro passo foi dado e estaremos sempre prestando o apoio e a acolhida necessária para que os vínculos sejam mantidos e essas pessoas não voltem mais para as ruas”, destaca Denise Quintella.


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