• Todos sob pressão

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  • 30/09/2017 12:00

    A violência diária faz muitas vítimas: umas feridas por armamentos, outras sufocadas pelo medo, nas ruas e em casa. As causas da escalada brutal nos números de assaltos e tiroteios são várias. Elas vão da expansão do tráfico de drogas à entrada descontrolada de armas no país, passando pela crise econômica e a falta de autoridade dos que deveriam dar bons exemplos.

    Se antes eram os grandes hospitais públicos que tinham que se adaptar para receber os baleados na guerra urbana, hoje são os postos de saúde que começam a ter que encarar a realidade, treinando profissionais para lidar com ferimentos por balas de fuzis. A pressão é grande na missão de salvar vidas em ambientes que não foram equipados para a batalha.

    Com a triste experiência no currículo, o Rio virou referência para médicos estrangeiros que querem aprender com a rotina de uma guerra. A cidade também foi escolhida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha para receber um curso onde professores municipais são orientados a se proteger melhor dos confrontos, que assustam e vitimam crianças e jovens. Com escolas fechadas, a educação sofre.

    Além de ter que fugir das balas perdidas, o cidadão convive com o noticiário sobre a violência, de manhã à noite, nos noticiários da TV e na internet, em tempo real. Alguns aplicativos mapeiam onde há tiroteios e montam ranking de assaltos. Há também os boatos e as falsas notícias nas redes sociais, que aumentam a tensão e sufocam as tentativas de uma cultura de paz.

    Estressados e inseguros, os vizinhos das zonas de conflitos adoecem, física e mentalmente. Sem falar naqueles que sobrevivem aos conflitos, mutilados e com traumas. A população vive no susto, trabalhando de olho na guerra e evitando o lazer noturno. Perdem a economia e o turismo, com os arranhões na imagem do Brasil. Mas a vida nos chama e o tempo ensina que não devemos nos acostumar com derrotas. Passa da hora de virar o jogo.

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