• O perdão que vivifica

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  • 28/09/2017 08:20

    Perdoar é uma atitude muito difícil para muitas pessoas, principalmente para aquelas que foram endurecidas pelas agruras da vida, tais como, decepções, mortes, traições, maus tratos, agressões, desamor e muitos outros motivos conhecidos e desconhecidos.

    O ato de viver já nos expõe a todo tipo de decepções e dores que nem sempre conseguimos evitar. Como também nos  traz muitas sensações de alegria e êxtase que nem sempre sabemos administrar e fazer perdurar. Evitamos situações constrangedoras, evitamos perdas e momentos desagradáveis, mas buscamos permanentemente situações que nos tragam prazer, ganhos, vantagens, segurança e todo tipo de poder.

    Muitas vezes ferimos pessoas queridas com atitudes, atos, esquecimentos, e até com coisas que imaginamos que lhes sejam benéficas. Confundimo-nos muitas vezes, tentando ajudar, de um modo que nos parece certo, mas, que muitas vezes é errado. Quase sempre achamos que o que pensamos é o que está certo, ou o que queremos é o que convém a nós e aos outros. A verdade é sempre a nossa verdade. O certo é sempre o que nós pensamos.

    Mas, não é assim que as coisas são ou acontecem.

    Quando percebemos que estamos errados ou que erramos no passado, nem sempre pedimos perdão, nem sempre tentamos refazer o que é justo ou tentamos consertar e amenizar nosso erro. Os nossos atos são sempre consequências do que está em nosso coração. Agimos sempre imbuídos dos sentimentos que guardamos no coração, sejam eles de amor ou de ódio.

    Poucos são os que sentem remorso, menos ainda os que se arrependem. O remorso é como um sentimento de pena, dó. Já o arrependimento é mais profundo e marcante e demonstra tristeza por ter agido errado e nos induz a mudar de posição, e não mais cometer o malfeito e, muitas vezes, a recompensar o prejudicado.

    Por si só o homem não consegue reconhecer que errou. Quando sua consciência, levada por algo que um dia lhe foi ensinado ou por um valor que um dia lhe foi apresentado, assume o comando da mente, vem, então, o arrependimento e a vontade de pedir perdão e de consertar o erro.

    E, nesse momento, vemos que aquela semente que alguém plantou no passado, que aquela palavra que alguém lhe falou frutificou no seu coração, que é a sede de todo sentimento e sabedoria. Esta parte sensível e divina que temos em nós, que sentimos e não sabemos explicar o que é e de onde vem, é despertada por alguma palavra diferente que ouvimos de alguém ou que lemos algum dia num livro, é a imagem ou presença de Deus que existe em nós, que vive em nós desde o momento que recebemos o primeiro fôlego de vida. Um dia, esta centelha se manifesta e ilumina nossa vida, trazendo-nos um novo tipo de vida, diferente da que antes conhecíamos. E então olhamos retrospectivamente nossa vida, nosso passado, e nos arrependemos do que fomos, do que fizemos de ruim, do que deixamos de fazer de bom no passado. Surge então um forte sentimento de perdoar aos que nos ofenderam, de pedir perdão aos que ofendemos ou prejudicamos. É Deus falando dentro de nós, é o Espírito Santo agindo em nós.

    O perdão se move em duas direções: ou perdoamos aos que nos ofendem ou pedimos perdão aos que ofendemos. O ato de liberar perdão é um dos momentos mais sublimes na vida de uma pessoa. Deus se faz presente neste momento nas duas vidas envolvidas, tanto naquele que perdoou quanto na vida dos que pediram perdão. Mas, quase sempre é aqui – quando pedimos perdão aos que ofendemos ou prejudicamos – que sentimos mais intensamente a presença de Deus. São os momentos mais inesquecíveis que vivemos. Por que não experimentar agora? Vamos, vai lá, peça perdão agora. Ou, pegue o telefone, e peça perdão com toda a sinceridade que for capaz… Agora.

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