• Singela homenagem aos nossos cronistas

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 28/09/2017 08:20

    Sempre apreciei a crônica como gênero literário, tanto para ler, quanto para escrever. A prova disso é que tenho álbuns de recortes de textos publicados em jornais e revistas de cronistas que admiro. Existem dois tipos de crônicas: a saudosista, que procura relembrar fatos interessantes ocorridos no passado e a mais comum, que costuma retratar o momento em que vivemos A lista é bem extensa, mas, para não me alongar, citarei apenas Rubens Braga, Martha Medeiros e, talvez, o que mais admirei e com quem eu mais me identifico: Sergio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta. 

    Nos duros anos de chumbo, em que nosso país foi governado de forma ditatorial por militares, o Sergio arriscava-se criticando certas medidas autoritárias e descabidas transformadas em leis, principalmente pelo Ato número cinco que, mais duro e abrangente, limitava os direitos dos cidadãos, cerceando sua liberdade de agir e de se expressar. Por várias vezes Sergio foi detido pelos militares ao deixar a redação do jornal em que trabalhava.  Porém, jamais se intimidou diante de tais detenções, pois que de volta a liberdade, mantinha o mesmo tom, acrescido de seu inconformismo por ter sido detido e interrogado. 

    Sua crítica ferina e bem humorada nos proporcionava risos mesmo que diante de fatos e medidas das mais sérias. Para exemplificar principalmente a forma irônica que costumava usar, vou me reportar para uma de suas crônicas escrita na época em que a prefeitura do Rio de Janeiro deu inicio às obras do Metrô. Para escavar a cidade abrindo espaço subterrâneo, foi necessário recolher algumas estátuas de importantes vultos, levando-as para um depósito e repondo-as no local de origem após a conclusão das obras. 

    Em face de nosso desconhecimento histórico, Sergio aventou a hipótese de serem trocadas de praça determinadas estátuas, além do risco que corríamos com o roubo de parte da matéria prima da qual eram feitas. Por exemplo: se roubassem o cavalo do Marechal Deodoro, símbolo maior de nosso exército, ele ficaria montado no ar e acabaria se transformando em pai da aviação. Como podemos constatar, em matéria de crônicas bem humoradas, Stanislaw Ponte Preta foi imbatível. Aqui, neste espaço, que a “Tribuna de Petrópolis, oferece aos nossos cronistas de plantão, destaco, entre os melhores, Ataualpa Pereira Filho, Alexandre Hugueney, Bernardo Filho e José Afonso B. de Guedes Vaz que, por uma questão de estilo, são os que mais me agradam    

    Últimas