Como Respondemos ao Plano de Deus?
Deus tem um plano para cada um de nós! Ao longo da história, Deus sempre chama pessoas e as envia para realizar o seu plano de amor.
A Isaías, Deus se revelou quando ele estava, em oração, no templo (Is 6, 1-8). Inicialmente, Isaias se sente pequeno e indigno. Deus então pergunta: “Quem vou enviar?” Isaías, sensível ao apelo de Deus, aceita: “Eis-me aqui, envia-me.”
Vemos aqui os passos da vocação: A iniciativa é sempre de Deus.
A primeira reação é sempre a mesma: “não sou capaz.” “Não sou digno.”
Mas, quando confiamos em Deus e nos colocamos numa atitude de disponibilidade, Deus nos purifica e fortalece, e acabamos, com a graça de Deus, dando conta do recado.
Outra vocação é a de São Paulo.
Em 1cor 15, 1-11, Paulo conta a sua vocação (seu chamado).
Ele se considera o “último” dos apóstolos… como um “abortivo.”
Mas no encontro com Cristo, a caminho de Damasco, responde: “Senhor, que queres que eu faça?” Ai de mim se não evangelizar! Faz parte do ser cristão. Todo batizado é missionário! Precisamos aproximar os outros de Deus. Qualquer cristão recebe a responsabilidade de cuidar que os outros estejam bem de alma.
No Evangelho (Lc 5, 1-11) temos o chamado dos primeiros apóstolos.
Jesus entra na barca de Pedro e fala ao povo.
Pedro se sente indigno… e Jesus: “Não temas!” Jesus convida: “Doravante serás pescador de homens!” Peçamos a Deus a graça de respondermos como o profeta: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).
Pedro, Tiago e João largam tudo e O seguem.
Pedro diz a Jesus que tinham trabalhado a noite inteira e não haviam pescado nada. “A resposta de Simão parece razoável. Costumam pescar a essas horas e, precisamente naquela ocasião, a noite tinha sido infrutífera. Para que haviam de pescar de dia? Mas Pedro tem fé, respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas, por tua palavra, lançarei as redes ” (Lc 5,5). Resolve proceder como Cristo lhe sugeriu; compromete-se a trabalhar, fiado na Palavra do Senhor” (São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 261). A experiência de Pedro, certamente singular, é também representativa da chamada de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve desanimar no anúncio de Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo. No entanto, o texto de hoje faz meditar sobre a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada. Ela é obra de Deus. O homem não é autor da sua própria vocação, mas dá resposta à proposta divina; e a debilidade humana não deve causar medo, se é Deus quem chama. É necessário ter confiança na sua força, que age precisamente na nossa
pobreza; é preciso confiar cada vez mais no poder da sua misericórdia, que transforma e renova.
Apesar do cansaço, apesar de a ordem de pescar ter partido de quem não era homem do mar, e ter-se dirigido a uns pescadores que sabiam da inoportunidade da hora para essa tarefa e da ausência de peixes, tomam as redes nas mãos. Agora, por pura confiança no Mestre, cuja, autoridade e poder Pedro já conhecia. Pedro confia e obedece!
Em toda a ação apostólica, há dois requisitos indispensáveis: a fé e a obediência. De nada serviriam o esforço, os meios humanos, as noites em claro, se estivessem desligados do querer divino… Sem obediência, tudo é inútil diante de Deus. De nada serviria entregarmo-nos com brio e garra a um empreendimento apostólico se não contássemos com o Senhor. Até aquilo que é mais valioso nas nossas obras se tornaria estéril se prescindíssemos do desejo de cumprir a vontade de Deus. “Deus não necessita do nosso trabalho, mas da nossa obediência”, ensina São João Crisóstomo.
Pedro fez o que o Senhor lhe tinha mandado e recolheram tal quantidade de peixes que a rede se rompia. O fruto da tarefa que tem por norte a fé é abundantíssimo. E, só quando se reconhece a inutilidade própria e se confia em Deus, sem deixar de empregar, ao mesmo tempo, todos os meios humanos disponíveis, é que o apostolado se torna eficaz e os frutos abundantes, pois “toda a fecundidade no apostolado depende da união vital com Cristo” (Concílio Vat. II, AA, 4).
A experiência de Pedro, certamente singular, é também representativa da chamada de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve desanimar no anúncio de Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo. No entanto, o texto de Lucas que a Liturgia nos apresenta, hoje, faz meditar sobre a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada. Ela é obra de Deus. O homem não é autor da sua própria vocação, mas dá resposta à proposta divina; e a debilidade humana não deve causar medo, se é Deus quem chama. É necessário ter confiança na sua força, que age precisamente na nossa pobreza; é preciso confiar, cada vez mais, no poder da sua misericórdia, que transforma e renova.
Hoje o Senhor dirige-se a cada um de nós, para que nos sintamos impelidos a segui-Lo de perto, como discípulos fiéis, no meio das nossas tarefas, e a realizar no nosso próprio ambiente um trabalho apostólico audaz, cheio de fé na palavra de Jesus: “Mar a dentro! Repele o pessimismo que te faz covarde. E lança as redes para pescar. Não vês que podes dizer, como Pedro: Jesus, em teu nome, procurarei almas?” (Caminho, 792).
Contemplando a figura de Pedro, não há dúvida de que nós também podemos dizer a Jesus: Afasta-te de mim, Senhor, que eu sou um pobre pecador. Mas, ao mesmo tempo, pedimos-lhe que nunca nos permita separar-nos dEle, que nos ajude a entrar a fundo – mar a dentro – na sua amizade, na santidade, num apostolado aberto, sem respeitos humanos, cheio de fé, apoiados na voz do Senhor que, no silêncio da nossa oração pessoal, nos anima e nos insta a levar-lhe almas. Deus continua chamando operários para a Messe: Uns são chamados para serem profetas como Isaías, e pescadores de homens como Pedro.
Também Paulo, recordando-se que foi um perseguidor da Igreja, professa-se indigno de ser chamado apóstolo, mas reconhece que a Graça de Deus realizou nele maravilhas e, não obstante os próprios limites, confiou-lhe a tarefa e a honra de pregar o Evangelho (cf. 1Cor15, 8-10). Vemos, nestas três experiências, como o encontro autêntico com Deus leva o homem a reconhecer a própria pobreza e insuficiência, o próprio limite e o seu pecado. Mas, apesar desta fragilidade, o Senhor, rico em misericórdia e em perdão, transforma a vida do homem e chama-o a segui – Lo. A humildade testemunhada por Isaías, por Pedro e Paulo, convida quantos receberam o dom da vocação divina a não se concentrarem nos seus limites, mas a manter o olhar fixo no Senhor e na sua surpreendente misericórdia, para converter o coração, e continuar, com alegria, a “deixar tudo” por Ele. De fato, Ele não vê o que é importante para o homem: “O homem vê a aparência, o Senhor vê o coração” (1 Sm 16, 7), e faz de homens pobres e frágeis, mas que têm fé n’Ele, intrépidos apóstolos e anunciadores da salvação.
Qual é a nossa resposta? Peçamos ao Senhor a graça de acolhermos com a generosidade…
– de Isaías: “Eis-me aqui… envia-me…”
– de Paulo: “Senhor, que queres que eu faça? ”
– dos primeiros Apóstolos: “Largaram tudo e O seguiram”.
Caros irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus reavive também em nós e nas nossas comunidades cristãs, a coragem, a confiança e o impulso no anúncio e testemunho do Evangelho. Os insucessos e as dificuldades não induzam ao desânimo: nós temos o dever de lançar as redes com fé, e o Senhor faz o resto.
À Virgem Santa confiemos todas as vocações, particularmente as vocações para a vida religiosa e sacerdotal. Maria suscite em cada um o desejo de pronunciar o próprio “Sim”, ao Senhor, com alegria e dedicação plena. À chamada do Senhor, Ela, bem consciente da sua pequenez, respondeu com confiança total: “Eis-me!”. Com o seu auxílio maternal, renovemos a nossa disponibilidade a seguir Jesus, Mestre e Senhor.