• Soltura de balão na madrugada provoca incêndio em mata próxima a residências no Samambaia

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  • 18/01/2022 12:22
    Por Vinícius Ferreira

    Na madrugada desta terça-feira (18), um incêndio em vegetação destruiu uma área de mil m² na Rua Djanira, via de acesso a um condomínio de luxo que fica no bairro Samambaia, próximo à antiga Florália. As chamas se aproximaram de residências, antes de serem contidas por militares do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros, que foram acionados por volta de 00h48.

    Por volta de meia noite e meia, testemunhas viram o balão subir na mesma região onde o incêndio foi provocado. De grande porte, o artefato queimou fogos de artifícios por alguns minutos. Enquanto a queima ainda acontecia, o incêndio já havia iniciado.

    Foto: Registro feito, na manhã desta terça, da região atingida pelo incêndio, na noite dessa segunda-feira.
    Foto: Vinícius Ferreira

    Ação humana é a principal causa de incêndios florestais

    Um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros de Petrópolis aponta a queda (ou no caso mais específico de ontem, queima) de balão entre os principais agentes causadores de incêndios em vegetação no município, estando ao lado de ações como a queima irregular para limpeza de terreno e atos de vandalismo. Em julho do ano passado, um balão também provocou um incêndio no distrito de Cascatinha, destruindo uma área de 8 mil m² de floresta no Fragoso, Estrada da Saudade.

    Na época, período de estiagem, a Defesa Civil havia emitido um alerta para o alto risco de incêndios florestais na região, devido à baixa umidade. Para os distritos da Posse, Pedro do Rio, Itaipava e Cascatinha havia a bandeira vermelha, indicando um altíssimo risco para a ocorrência de incêndios florestais.

    Em 2018, foi também um balão a possível causa de um incêndio florestal que durou três dias e consumiu uma área equivalente a 52 campos de futebol no Parque Nacional Serra dos Órgãos – Parnaso. Segundo o Corpo de Bombeiros, os focos começaram na parte alta da montanha, o que fundamentou as investigações à época. Também havia relatos de moradores da região sobre um balão ter sobrevoado o local no dia em que começou a queimada.

    Ações preventivas

    O incêndio na madrugada de hoje (18) aconteceu no primeiro período sem chuvas no mês de janeiro, que vem sendo marcado pelos fortes temporais que causaram mais de 400 ocorrências, especialmente na última semana. E ainda em um momento muito distante do tradicional período de estiagem, que ocorre sobretudo durante o inverno. No ano passado, durante o período de maior risco de incêndios florestais, a Defesa Civil iniciou um trabalho de Ronda Preventiva, com monitoramento e vistorias das áreas florestais.

    Ação que que também conta com o Corpo de Bombeiros, o ICMBio, a Rebio Araras, Revisest, Inea e o IBAMA. Além do monitoramento, o trabalho envolvia a conscientização, notificações e informação sobre as leis ambientais, as sanções. A Lei Federal 9.605 de 1998, que trata de crimes ambientais, proíbe a fabricação, a venda, o transporte e a soltura de balões que possam provocar queimadas em áreas de vegetação ou qualquer tipo de assentamento urbano. A pena é detenção de um a três anos ou pagamento de multa, ou ainda ambas as penas cumulativamente.

    No ano passado, o levantamento divulgado pelo Linha Verde, do Disque Denúncia, aponta uma denúncia para soltura ilegal de balão e 22 de queimadas, sem especificação da causa. O Disque Denúncia conta com o serviço de Disque Balão, que na capital, apenas no primeiro semestre de 2021 acusou 54 solturas irregulares de balão.

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