• Esperança, o sentimento

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  • 09/03/2016 11:45

    O ex-presidente imediato perde o rumo, apodrece o pouco senso de sua vida política, conspurca a ex-dignidade manchada pelo destempero ignorante, profere palavrões e rasteja pelos rodapés tal rato acuado. Nem se poderia exigir algo diferente saído da cabeça de um simplório despreparado para a vida política na qual ingressou por esses azares da sorte que transformam nulidades em representantes do povo, através do viés democrático. Na outra ponta da mesa, a sua criatura, com aquele olhar de lince abatido, vestidinha de vermelho bordado com uma estrela, observa o guru vociferar impropérios, gesticular braços e bater joelhos, umedecer microfones com perdigotos raivosos, resmungando palavras que nada costuram e pouco dizem e esclarecem. A dupla se liquefaz como gelo largado ao sol e o resultado líquido penetra nas frestas do chorume da história.

    A “Cirurgia – termo bem mais adequado – Lava-Jato” e outros designativos para novas fases, corta aqui, extrai ali, costura, emenda, descobre cistos escondidos, vai penetrando fundo na estrutura corpórea do poder ora em trânsito palaciano, tentando salvar a velha senhora República de tantas mazelas geradas pelo vírus PT e sua mosquitada transmissora, que medra nos terrenos do descaso, do abandono, de quem deveria estar atento o correndo atras com todo tipo de arsenal para debelar insetos tão daninhos.

    A absoluta falta de decência de boa parte da classe política hospitalizou a velha República nos imundos corredores do “Ministério do Descaso Público”, ex Ministério da Saúde, no momento em que o doutor titular declara que está perdendo a batalha para os pernilongos e anda dispõe de tempo para renunciar ao posto – pelo tempo de uma sessão legislativa – para votar, como deputado, em favor da patroa federal. Ai!

    A incrível postura do Ministro Cardozo tirando o corpo fora (-Pera ai, isso não é comigo!) e se escondendo em outra sala política e a chefe nomeando indicado impedido de assumir por incompatibilidade no dispositivo judiciário. Ai!

    O ex presidente, dentro da sua proverbial postura, ciscando nas ruas o apoio à incúria que comanda, segundo se prova – incitando à violência, ao destempero, à morte de inocentes, enquanto se vê esmagado pelo peso tríplex de tanta incúria política! Ai!

    E a presidente, olhando com desconfiança para tudo e para todos, tremendo nas coletivas, pronta a explodir uma guerrilha íntima contra seus inimigos e boa parte dos “muy amigos”, que podem buscar a onça a qualquer momento no mato da traição! Ai!

    E as mentiras, as artimanhas burras, os dois bicos do chapéu ou como diz um amigo meu, as facas de dois legumes perfurando a tule fina dos cortinados palacianos, enquanto os agitadores enfrentam nas ruas as balas de efeito moral e os borrifos de pimenta e, mesmo, o tiroteio que surge quando tudo escapa do controle. Ai!

    E o senador Delcídio, abandonado pelos “cumpanheiros e cumpanheiras”, resolve botar a boca no trombone para minimizar seu tempo de sol quadrado, relembrando todos que o PT, que já teve quadros de peso, chutou a barraca de grandes líderes, hoje adversários e críticos ferrenhos do partido que prometeu o céu mas errou a porta e penetrou no inferno,

    Este é o meu País de hoje. O seu povo chegou ao extremo da paciência e necessita de definitivas respostas para que adequadas soluções possam encarcerar os corruptos, afastá-los da vida pública, execrá-los aos pântanos de suas consciências… Se é que eles as têm!

    E começar – meu povo! – embora sem saúde, sem educação, sem transporte, sem segurança, sem perspectiva, enganado e esganado -, a pensar melhor em mudar, nas urnas, esta confusão demo…crática enfiada na cabeça de todos.

    E que os ditos políticos oposicionistas saibam fazer a parte que lhes compete nesse intrincado jogo de empurra-empurra, sob risco de se tornaram coniventes com a criminalidade política que ronda a vida de cada brasileiro e brasileira.

    Apesar da vergonha, pela qual passo, minha crença na Pátria e seu destino maravilhoso, continua de pé, forte, senão eu não diria nada, estaria recolhido em minhas oito décadas de vida, escarrapachado numa poltrona, chupando picolé.

    Esperança é a palavra, o sentimento.

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