Ressurreição de uma entidade
Depois de quatro anos vagando sem rumo; depois de mais cinco meses abandonada ao léu e ainda, depois de eleita a nova diretoria – a “Casa de Raul de Leoni”, finalmente, ressurge – é sua total ressurreição, depois de tanto desleixo, depois de tanta incompetência ou interesse, depois de tantas dificuldades.
E – mais uma vez – depois de vencer a eterna “burrocracia” brasileira, a querida Casa da Poesia, abriu as portas para iniciar – mesmo que tardiamente – o ano acadêmico de 2017, na 6ª. feira, dia 11, com o tradicional chá de confraternização para, em seguida, homenagear seus fundadores e o quadro de “eméritos”, com entrega de diplomas, numa bela cerimônia em comemoração ao 34º
aniversário de vida. Uma bela cerimônia que a muitos emocionou – tudo realizado com carinho e determinação da nova presidente, profª Vera Abad, apesar de todas as dificuldades encontradas em cima da hora mas que, com competência, soube contornar.
É lastimável ver a situação em que se encontra a Casa, da maneira que recebemos, quando, por iniciativa própria, a presidente anterior se desfez de todos os poucos bens adquiridos ao longo dos anos – e creiam – até as toalhas de mesa, as garrafas térmicas, as cestinhas de vime para acondicionar as guloseimas, com forração acolchoada, simplesmente – sumiram!
E como em todos os eventos, dentro ou fora da Casa, faço os marcadores de livro por demais conhecidos, como lembrança, inclui neste o sonetilho – a nossa Casa de Raul de Leoni.
“Quando o descaso, ou talvez, / o despreparo se abate, / é necessário o resgate / de sua própria altivez.
Há uma certa morbidez, / fugir do duro combate / com ausência de debate, / por total insensatez.
Esconde-se, quem tropeça, / sem procurar solução, / detalhe que já começa:
Lutar pela salvação / sem que nada nos impeça / da nossa ressurreição.”
E, como sempre lanço mão do trabalho de um trovador, inclui em seu final, junto com a rosa pintada (símbolo da trova), uma beleza de Aristheu Bulões, alagoano : “ Honra teu nome, que a vida / sem altivez é tormento./ Quanta existência perdida/ na insensatez dum momento.”
Assim, após o “tsunami” destruidor que por lá passou neste interregno de quatro anos, muita luta ainda teremos pela frente e mais surpresas, mas com confiança de que voltaremos a florescer mesmo contra a vontade de tal figura, já que tentou mas não conseguiu destruir a “Casa de Raul de Leoni”, por total incompetência, desleixo e, sobretudo, excesso de arrogância e soberba, julgando-se a mais sapiente de todas, mesmo sem entender de nada. E o que me preocupa, é o futuro da Casa de Cultura que ela dirige agora.
jrobertogullino@gmail.com