• Guedes volta a falar em recuperação ‘em V’ e diz que ‘Brasil está de pé’

  • 03/12/2021 12:19
    Por Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues / Estadão

    A despeito da nova recessão técnica no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que a “economia voltou em V” e garantiu que a economia vai crescer em 2022. “Estamos praticamente de pé. Agora as pessoas estão rolando a desgraça para o ano que vem. Na verdade, eu não sou um ufanista, não estou dizendo que o Brasil é o melhor país do mundo, estou apenas combatendo narrativas falsas de quem quer destruir dinâmica de crescimento. É um processo lento, gradual”, afirmou, no Encontro Anual da Indústria Química.

    E acrescentou: “Estou defendendo a possibilidade de o Brasil crescer no ano que vem.”

    Guedes citou o pedido de 17 setores para manter a desoneração da folha de pagamento. “Todos sabem que eu gostaria de desonerar a folha de todos os segmentos, e não só desses 17 setores, mas isso seria um outro capítulo da reforma tributária”, completou.

    Efeito da agropecuária

    O ministro da Economia creditou o recuo de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2021 à queda de 8% na agropecuária, afetada por problemas climáticos. “Isso se dissipa em quatro meses. É igual (o desastre de) Brumadinho”, argumentou. “Sai um PIB negativo, quando você vai olhar, a agricultura desabou 8% por causa de mau tempo, um acaso. Os críticos de sempre aparecem e dizem que acabou o crescimento. Senhores, a recuperação em V já aconteceu, acabou. O PIB já voltou. Esquece, não tem mais V”, afirmou.

    Juros e inflação

    O ministro da Economia reconheceu que a escalada dos juros para combater a inflação irá desacelerar crescimento econômico em 2022, mas argumentou que o governo confia na retomada dos investimentos. “A subida de juros desacelera crescimento, mas taxa de investimento é sinal de crescimento à frente. Eu não estou tentando prever quanto será o crescimento, mas quero colocar um ceticismo sobre essas previsões de queda do PIB ou crescimento zero”, afirmou.

    Na quinta-feira, a pasta destacou que a taxa de poupança chegou a 18,6% do PIB no terceiro trimestre deste ano, retornando ao mesmo nível do terceiro trimestre de 2014. Já a taxa de investimento alcançou 19,4% do PIB, mesmo patamar do começo da década passada.

    PEC dos Precatórios

    O ministro considerou “satisfatório” o texto final da PEC dos Precatórios aprovado pelo Senado. Lamentou, porém, que a versão votada coloca uma trava no pagamento de precatórios da União até 2026, e não mais até 2036, como estabelecido anteriormente pela versão aprovada na Câmara.

    “A versão final aprovada não é exatamente a nossa versão inicial, mas é satisfatória do ponto de vista de criar exequibilidade para o orçamento anual e dar previsibilidade para os próximos quatro ou cinco anos. Gostaríamos que isso fosse para sempre, mas aprovaram apenas até 2026”, afirmou.

    E completou: “Estão chamando de PEC do Calote, quando na verdade essa PEC impede a ameaça de calotes.”

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