• Empresas de maquininhas perdem R$ 160 bi na Bolsa

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  • 24/11/2021 17:00
    Por Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana / Estadão

    Desde o começo do ano, as empresas brasileiras de maquininhas de cartões listadas em Bolsas de Valores perderam quase R$ 160 bilhões em valor de mercado, segundo dados compilados pelo Estadão/Broadcast. O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, é apontado como um dos vilões, ao lado da alta dos juros e da competição no setor.

    A realidade do mercado é bem diferente da vista no começo dos anos 2010, quando o mercado era dominado pela Rede, do Itaú, e a Cielo. Hoje, são mais de 30 credenciadoras e 200 subcredenciadoras disputando a preferência de lojistas e clientes – que, desde o ano passado, ganharam o Pix como opção mais barata de transferências e pagamentos.

    Já o juro afeta esses negócios porque os custos de operações como adiantamento de recebíveis, indexados ao CDI, variam com a taxa básica de juros, que subiu quase 6 pontos porcentuais desde o início do ano. “Esse talvez seja o maior risco para as margens no curto prazo e vai ser maior para as empresas que dependem mais da receita financeira”, afirma Erick Rodrigues, analista da agência de classificação de risco Moody’s.

    Efeito Pix

    Analistas acreditam que, com as transformações das formas de pagar nos últimos anos, as maquininhas perderam terreno para soluções que não dependem delas. Para o presidente da consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire, oferecer serviço de recebimento de cartões deixou de ser diferencial.

    E a situação só deve se agravar. À medida que mais funções forem incorporadas à ferramenta criada pelo BC, como a possibilidade de fazer compras parceladas, maior será o baque sobre as adquirentes. “Estruturalmente, as credenciadoras estão em uma descida da ladeira, que estava sendo mais suave, mas agora deu uma acelerada – e o Pix é um dos elementos que apressam essa descida”, disse Freire.

    Todas as empresas do ramo perderam valor de mercado, mas o baque foi maior para a Stone. A empresa, que viu suas ações caírem cerca de 80%, enfrenta a desconfiança com a retomada de seu negócio de crédito e com os desafios de integrar a Linx, comprada no ano passado.

    Procurada, a Stone manteve o posicionamento da época da divulgação do balanço. “Devemos começar (a voltar a conceder empréstimos) neste trimestre”, disse o CEO da companhia, Thiago Piau. Executivos da Stone afirmaram ainda que a Linx deve começar a apresentar resultados positivos em breve.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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