Iphan vai notificar proprietário do novo estacionamento na Av. Ipiranga
Um imóvel localizado na Avenida Ipiranga está sendo alvo de reclamações, depois que os responsáveis colocaram faixas de divulgação na fachada do imóvel e o transformaram em estacionamento. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o proprietário do imóvel será notificado a prestar esclarecimentos e a se adequar à legislação. Isso porque o material informativo causa dano visual, e não está de acordo com as dimensões previstas na Portaria 213, que trata das questões relacionadas ao entorno dos bens tombados na cidade de Petrópolis.
Além disso, segundo a chefe substituta do escritório técnico do Iphan na Região Serrana, Mailin Gornattes, o responsável pelo novo empreendimento deveria ter apresentado ao órgão projeto mostrando como será disposta a informação na fachada do imóvel e outro, com informações sobre a utilização do terreno. A partir da análise desses documentos o Iphan pode ou não aprovar o início das atividades.
No local, duas grandes faixas presas à grade, na frente do imóvel, anunciam o novo estacionamento e uma terceira traz os valores cobrados. "A Avenida Ipiranga é toda tombada pelo patrimônio histórico, logo, os imóveis também. É muito triste ver esse tipo de descaracterização em uma rua que faz parte do conjunto tombado da cidade. Ver essas casas virando estacionamentos e tantas outras situações similares em um município histórico, que vive do turismo, me assusta. Cada vez mais vemos locais tão importantes como a Avenida Ipiranga perdendo suas referências históricas. Acredito que a maior parte das pessoas, assim como eu, deseja uma cidade preservada”, disse a presidente da AMA Centro Histórico, a autônoma Myriam Born.
Segundo Mailin Gornattes, nada impede que um estacionamento funcione no local, mas a situação precisa ser regularizada. “Eles serão inicialmente notificados sobre as adequações necessárias. É preciso que seja apresentado um projeto de comunicação visual, que vai resultar na diminuição de placas na fachada da casa, para que fique de acordo com o que a Portaria 213 exige. Além disso, vamos checar se houve ou existe a intenção de modificar a parte interna do terreno, por exemplo, se o piso foi modificado ou árvores foram cortadas, entre outros”, explicou.