• Supermercado Extra: Veja o balanço do incêndio que destruiu o estabelecimento

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  • 25/07/2017 09:10

    Depois de mais de 30 horas de incêndio, nada restou do prédio onde funcionava o supermercado Extra, na Rua Paulo Barbosa, no Centro. Homens do Corpo de Bombeiros de Petrópolis e do Rio de Janeiro trabalham desde a manhã de domingo no combate ao fogo, que começou por volta das 7h40 no depósito da loja, que funcionava no subsolo. A pouca ventilação e a grande quantidade de produtos inflamáveis contribuíram para que as chamas se alastrassem rapidamente, danificando, ainda na tarde de domingo, a estrutura do imóvel, que desabou durante a noite. Ontem à tarde, o que restou de pé – a frente e parte da parede lateral, foi demolido. As causas do incêndio, o maior registrado na cidade, ainda não foram identificadas. A perícia da Polícia Civil e da seguradora do supermercado só deve começar após liberação do Corpo de Bombeiros.

    Toda a extensão das ruas Paulo Barbosa e Prudente Aguiar foi isolada pela Defesa Civil e ainda não há previsão de quando serão abertas ao tráfego. Ontem, com o funcionamento do comércio no Centro, o trânsito ficou complicado e foi preciso paciência dos motoristas para circular pela região. Os pontos de embarque e desembarque de coletivos da Turb que fazem as linhas dos distritos foram transferidos para a Rua Imperatriz, em frente ao Museu Imperial. Já os da empresa Petro Ita foram para a Rua Souza Franco. Os dois pontos de táxis da região foram realocados temporariamente em outros locais da cidade.

    Ontem, os executivos do Extra confirmaram que o prédio será reerguido e que o emprego dos 115 funcionários será mantido.  Alguns funcionários serão realocados para outras unidades da rede e outros terão férias coletivas.

    Emocionados e perplexos, cerca de 50 funcionários do supermercado acompanharam todo o trabalho dos bombeiros. “Foi uma vida inteira ali dentro. Estou sem palavras para expressar o que estou sentindo agora”, disse a fiscal de caixa Franciene de Jesus, de 32 anos. Outro fiscal de caixa, Ricardo Fernandes, de 53 anos, também acompanhou desde domingo o combate ao incêndio. “Eu estava escalado para trabalhar no domingo, nunca poderia imaginar que algo assim pudesse acontecer”, contou.

    Um outro funcionário que preferiu não se identificar contou que estava no supermercado quando o incêndio começou. “Estava no segundo andar, pois tinha acabado de chegar para trabalhar, quando senti um cheiro forte de queimado e vi a fumaça. Saí correndo”, contou. 

    Além dos funcionários, centenas de pessoas acompanharam atentos ao trabalho dos bombeiros. Entre eles donos de carros que estavam no estacionamento. Segundo informações da empresa, pelo menos cinco veículos estavam no local.


    Prejuízo para o comércio

    Muitos comerciantes das ruas Paulo Barbosa e Prudente Aguiar também acompanharam com atenção o trabalho dos bombeiros. Sem energia elétrica e com a interdição das vias, eles contabilizaram os prejuízos. “Perdi toda a minha mercadoria e não tenho ideia de quando vou poder reabrir a minha loja”, disse a comerciante Denise Gomes da Silva Costa, de 38 anos. Ela é proprietária de uma loja de açaí e sorvetes na galeria Vila Katharina. “Sem luz não tenho como abrir a loja, sem falar no cheiro de fumaça. Não tenho ideia do prejuízo, mas vai ser grande”, contou o proprietário de uma loja de informática em uma galeria do lado esquerdo da Prudente Aguiar, Carlos José Pereira Martins, de 44 anos.

    A Praça Clementina de Jesus, onde funcionam 40 barracas de ambulantes legalizados pela Prefeitura, também foi interditada pela Defesa Civil. A praça fica nos fundos do prédio onde incêndio começou. Com isso, todos serão transferidos temporariamente para o estacionamento da CPTrans, na Rua do Imperador.

    Quem mora na região também está preocupado. Os moradores do Edifício Regente, que fica bem ao lado do supermercado, tiveram que deixar os apartamentos ainda no domingo por causa da fumaça e até o fim da tarde de ontem, com os trabalho de demolição do que restou da estrutura, ainda não sabiam quando poderiam retornar. 

    Alessandro de Paula foi um dos que deixou o prédio ainda na noite de domingo. “Quando acordei no domingo, o cheiro de fumaça era muito forte. Logo vi a movimentação dos bombeiros e achei que o fogo logo seria apagado. Passei o dia fora com a minha família e, quando retornamos, à noite, a situação era ainda pior. Os bombeiros pediram que saíssemos por causa da fumaça”, contou ele, que passou a noite em uma pousada. Além dele, outros moradores também foram para hoteis e pousadas no Centro. 

    Na Rua Paulo Barbosa o comércio abriu normalmente a partir das 14h. Apenas as agências bancárias não funcionaram.


    Estrutura do supermercado começou a desabar na noite de domingo

    O incêndio no supermercado Extra começou no domingo, por volta das 7h40, no depósito, onde existe muito material inflamável. Depois de quase 10 horas de fogo intenso e trabalho incessante para resfriar o tanque de combustível, a estrutura começou a ceder. Por volta das 22h, todo o segundo andar, onde fica localizado o estacionamento, veio abaixo. “Foi um susto. Ficamos com medo de que o prédio também fosse atingido”, disse um morador do edifício Regente.

    Além de todo o material inflamável estocado no supermercado, o local onde o fogo começou tinha pouca ventilação e apenas uma porta de acesso. “Virou uma grande panela de pressão. Era muita fumaça e muito calor. Outro fator era o risco de desabamento. O prédio estava muito instável”, disse o Comandante de Bombeiro de Área II – Região Serrana, tenente coronel Rafael Simão.

    Para o comandante do 15º Grupamento de Bombeiros de Petrópolis, tenente-coronel Agostinho Sequeira, a grande quantidade de material inflamável dentro do prédio contribuiu para o avanço rápido do fogo. “Temos a alta combustão e uma estrutura cedendo. O importante é a segurança da população e do entorno”, disse, ainda durante os trabalhos. Uma preocupação dos bombeiros era com um tanque de 1.500 mil litros de diesel para abastecimento do gerador. Durante todo o combate ao fogo, os bombeiros resfriaram o tanque para evitar explosões.

    Ontem no início da tarde, a estrutura começou a ser demolida. Foram utilizadas retroescavadeiras e caminhões. A ação durou cerca de duas horas e foi acompanhada por centenas de curiosos.



    Apoio de equipes do Rio de Janeiro

    Vinte homens do Corpo de Bombeiros de Petrópolis e dos batalhões Central e de São Cristóvão ajudaram no combate ao fogo no supermercado. Foram pelo menos sete viaturas do Corpo de Bombeiros. No fim da tarde de domingo, quando o fogo se intensificou, um caminhão tanque do Rio de Janeiro chegou para dar suporte. Com capacidade para 30 mil litros de água, o veículo, que chegou por volta das 18h, era abastecido a cada meia hora. Em 16 horas, foram mais de 960 mil litros de água só no uso deste veículo.

    Além desse caminhão tanque, outros caminhões pipas da concessionária Águas do Imperador e outros dois dos bombeiros também foram usados no controle as chamas. Os homens do Corpo de Bombeiros também usaram uma escada magirus.

    A fumaça preta tomou conta de várias ruas do Centro Histórico e pode ser vista até por moradores de outros bairros, como Caxambu. “A fumaça tomou conta. São muitas horas sentindo esse cheiro”, disse o síndico do Edifício Regente, Euclides Peterson. “Durante todo o domingo, o fogo ia e voltava. Tinha muita coisa inflamável. Difícil controlar”, ressaltou. 






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