• Louvado sejas

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  • 24/07/2017 12:50

    “Laudato si” (português: Louvado sejas; subtítulo: "Sobre o Cuidado da Casa Comum") é uma encíclica do Papa Francisco, na qual o papa critica o consumismo e desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas. A encíclica foi publicada oficialmente em 18 de junho de 2015, mediante grande interesse das comunidades religiosas, ambientais e científicas internacionais, dos líderes empresariais e dos meios de comunicação social. Este documento é a segunda encíclica publicada pelo papa Francisco, após a publicação de Lumen fidei em 2013. Uma vez que esta última é na sua maioria um trabalho de Bento XVI, Laudato Si é vista como a primeira encíclica inteiramente da responsabilidade de Francisco. 

    As afirmações da encíclica sobre as alterações climáticas estão de acordo com consenso científico sobre estas mudanças. O título da encíclica tem origem no Cântico das Criaturas de Francisco de Assis, do século XIII. Esta obra é um poema e oração no qual Deus é louvado pela criação dos diversos animais e aspectos da Terra. Esse Cântico compara a Terra a uma irmã, com quem partilhamos a existência; e a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços. 

    A encíclica tem 184 páginas, ao longo das quais o Papa Francisco "condena a incessante exploração e destruição do ambiente, responsabilizando a apatia, a procura de lucro de forma irresponsável, a crença excessiva na tecnologia e a falta de visão política." O papa afirma que "as alterações climáticas são um problema global com implicações graves: ambientais, sociais, econômicas, políticas e de distribuição de riqueza. Representam um dos principais desafios que a humanidade enfrenta nos nossos dias" e lança o alerta para "a destruição sem precedentes dos ecossistemas, que terá graves consequências para todos nós" se não forem realizados esforços de mitigação de forma imediata. 

    Aberto oficialmente na manhã de quinta-feira, 13, deste mês, no Rio de Janeiro, o II Congresso Internacional Laudato Si e Grandes Cidades, promovido pela arquidiocese e a Fundação Antoni Gaudi para as Grandes Cidades, de Barcelona, teve como objetivo contribuir para a humanização dos grandes centros urbanos. Em mensagem enviada aos participantes do congresso, o Papa Francisco voltou a citar três palavras contidas na Encíclica Laudato Si, que, segundo ele, ajudam a atuar de forma conjunta diante dos imperativos mais essenciais de convivência social. São elas: respeito, responsabilidade e relação. “O respeito é a atitude fundamental que o homem tem de ter com a criação, para que as gerações futuras possam seguir admirando-a e desfrutando-a”, escreveu o Papa. Já a responsabilidade diante da criação constitui uma de nossas tarefas primordiais. “Não podemos ficar com os braços cruzados quando advertimos uma grave diminuição da qualidade do ar ou o aumento da produção de resíduos que não são adequadamente tratados”, disse. O terceiro “R”, a relação, ou melhor, a falta de relação, não é uma característica visível somente nas grandes cidades multiculturais, mas acomete também a zona rural. “A falta de raízes e o isolamento de algumas pessoas são formas de pobreza, que podem degenerar em guetos e originar violência e injustiça. 

    O Papa também concorda que o homem precisa agir mais e reclamar menos. Escrevi um artigo intitulado “Reclame menos e viva mais”, publicado na Tribuna em 18.06 deste ano. O Papa colocou uma placa na porta do seu quarto, no Vaticano, em que se lê: Vietato Lamentarsi. Como última frase da placa, pode-se ler: “Pare de reclamar e dê passos para melhorar sua vida.”(em português).

    achugueney@gmail.com

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