Esquecidos, ingratos ou sem educação?
Lembro-me perfeitamente e o fato ocorreu há muitos anos quando a pessoa que narrou-me o acontecido ainda residia no bairro de Quitandinha.
Infelizmente, essa criatura pura, boa e sobretudo, carinhosa, já nos deixou há 2 anos.
Certamente, por tantas qualidades que fez acumular e que lhes ornavam o caráter e, também, pelos gestos de carinho e de ajuda praticados com relação a seus semelhantes, creio que o descanso eterno lhe haja sido concedido.
Todavia, o meu objetivo, através destas linhas, é, especificamente, recordar acerca de um fato que se deu com essa extraordinária pessoa que, após atender pedido de uma vizinha, a propósito de empréstimo a lhe ser concedido, acabou que a importância nunca lhe foi quitada pela “devedora” e, decorrentemente da dívida não paga, passou a mesma a não mais cumprimentar a quem lhe estendera a mão.
Sei, por outro lado, que embora a importância não haja sido paga, em razão de conhecer profundamente a “credora”, esta não faria qualquer tipo de cobrança, justamente porque as atitudes que adotava, no tocante a seu próximo, não a conduziria a tal procedimento.
É verdade que comigo também não tem sido muito diferente, não só com relação à prestação de assistência àqueles que me procuram, inclusive por razões de ordem financeira, como em busca de auxílios variados, no caso específico, por ocasião de minha permanência no serviço público, em situações relacionadas a pedidos de emprego, demissões injustas que pude evitar e tantas outras atitudes que fiz adotar, que acabaram por virem bater à minha porta, nunca negadas e, às vezes, até, sem que pudessem ser concretizadas, por várias razões.
É fato, contudo, como já pude observar, eis que a grande maioria dos beneficiados acabam por se tornarem frios, insensíveis, inclusive a evitar cumprimentos, exatamente como se deu com a pessoa a quem faço referência no início destas considerações.
Meditando acerca de tais posicionamentos adotados por essas pessoas, fico em dúvida sobre se as mesmas, simplesmente, esqueceram-se do benefício obtido ou, caracterizam-se como, de fato, ingratas, a não ser que outras formas de encarar tais situações possam ocorrer, faltando-me, contudo, condições para avaliá-las, por inteiro desconhecimento profissional, no tocante às diferentes reações por parte do ser humano.
Já pude observar, entretanto, que o ingrato demonstra ser pessoa vazia e sem nada no coração para oferecer, ou, então, faltou quem lhe desse uma boa educação.
Quantos aos esquecidos, simplesmente, “falha de memória…”