• Mourão: se vamos preservar 80% da Amazônia brasileira, temos que receber por isso

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  • 05/11/2021 11:27
    Por Caio Sartori / Estadão

    O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira, 5, que o Brasil precisa investir em “crescimento verde” na Amazônia para gerar emprego e renda na região. Isso seria, segundo ele, uma contrapartida para a preservação de 80% da floresta. “Se vamos preservar 80% da Amazônia, temos que receber por isso”, disse. “O Brasil não é nem nunca será um vilão ambiental. Quem viaja este País sabe a quantidade de vegetação original que aqui está preservada. Nossa legislação é extremamente pesada, única no mundo.”

    Mourão esteve no Rio para participar da terceira edição da Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul, sediada na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Um dos assuntos do evento é o acordo entre Mercosul e União Europeia, ainda em fases de negociação – uma das prioridades europeias é a garantia da preservação ambiental.

    Na contramão dos dados de desmatamento que marcaram os primeiros anos do governo dele e de Jair Bolsonaro, Mourão alegou que o País vem tentando reverter uma tendência de aumento da destruição da floresta. Segundo o Inpe, no entanto, a devastação cresceu 43% entre abril de 2020 e o mesmo mês deste ano.

    O presidente e o vice não compareceram presencialmente à COP-26, que acontece em Glasgow, na Escócia. Mourão, contudo, afirmou que o Brasil vem cumprindo seu papel no âmbito dos compromissos assumidos. O general preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal.

    O acordo entre Mercosul e União Europeia prevê, no comércio de bens, que 92% das importações feitas pelos europeus de produtos do bloco sul-americano fiquem livres de tarifas por dez anos. Em discurso de abertura, o presidente da CNC, José Roberto Tabros, alegou que a colonização da América do Sul transformou os povos daqui em “europeus”. E pregou a união entre os blocos.

    De acordo com Mourão, o foco do Brasil é trabalhar pela modernização do Mercosul. “Temos que prepará-lo para um futuro de crescente competição global entre blocos”, disse.

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