Revista acusa Alcolumbre de ter operado ‘rachadinha’ em gabinete; senador nega
Reportagem da revista Veja afirma que o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) empregou em seu gabinete seis mulheres cuja única função era servir como instrumento de um conhecido mecanismo de desvio de recursos públicos conhecido com “rachadinha”. Admitidas, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa da confiança do senador e, em troca, ganhavam uma pequena gratificação. Salários, benefícios e verbas rescisórias a que elas teriam direito não ficavam com elas. O valor estimado da fraude é de pelo menos R$ 2 milhões, de acordo com a revista.
Atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Alcolumbre divulgou nesta sexta-feira uma nota à imprensa negando ter operado o suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete.
“Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem”, afirmou Alcolumbre em nota. “Tomarei as providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos.”
Mendonça
Desde agosto, Alcolumbre resiste a pautar a indicação do ex-ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A escolha do nome foi encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas depende de sabatina na comissão e de aprovação no plenário.
Nos últimos meses, Alcolumbre foi criticado publicado pelo presidente Jair Bolsonaro em função do impasse para convocar a sabatina de Mendonça. O presidente da CCJ relacionou o cenário às acusações. Neste mês, ele teve um primo, o ex-deputado estadual Isaac Alcolumbre, preso em uma operação da Polícia Federal.
Ao se defender, o senador diz ser vítima de uma “orquestração” política. “Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a qualquer irregularidade”, diz a nota. “É nítido e evidente que se trata de uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal.”