• Charreteiros querem linha de crédito para comprar veículos elétricos e criticam proposta de trabalho da nova empresa responsável pelo atrativo turístico

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 13/10/2021 11:24
    Por Janaina do Carmo

    Com a chegada das charretes elétricas, que em novembro passam a funcionar definitivamente na cidade, os antigos charreteiros das Vitórias (veículos que funcionavam com tração animal) estão questionando a proposta de trabalho oferecida pela empresa responsável pelo atrativo turístico. Eles também querem que a Prefeitura de Petrópolis disponibilize uma linha de crédito para que possam adquirir os veículos elétricos.

    “A proposta de trabalho enviada pela empresa é indecente. Além disso é um absurdo os charreteiros saírem da condição de permissionários/proprietários de charretes e se tornarem empregados”, disse o advogado dos charreteiros Leandro Corrêa de Melo Barbosa. Segundo ele, está sendo oferecido um contrato de trabalho na modalidade intermitente – onde o funcionário trabalha conforme a demanda do empregador.

    Além disso, o charreteiro receberá proporcionalmente conforme as horas que trabalhar. O piso salarial será R$ 1.336,30 por 220 horas e será fornecido aparelho celular, enquanto ativo na empresa para registrar o ponto e atender agendamentos e outros benefícios. Leandro denuncia ainda que a empresa utilizou um cadastro antigo da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) para o envio da proposta e que os charreteiros tiveram apenas dois dias para o aceite.

    “Em 2018 com o fim das charretes de tração animal o acordo foi que eles teriam prioridade na compra das charretes elétricas, sendo disponibilizado recursos para adquirirem os veículos. Foram até feitas na época indicações legislativas para tal, porém, sem nenhuma resposta aos charreteiros. Abandonados a própria sorte e sem garantias de trabalho”, lamentou o advogado.

    Leandro ressaltou ainda que desde o fim das charretes de tração animal os charreteiros receberam apenas cestas básicas e tiveram seus nomes incluídos no balcão de empregos. “Um verdadeiro absurdo tendo em vista que os charreteiros são proprietários e se tornarão empregados com uma proposta absurda. Cabe observar que com o plebiscito e o fim da tração animal foi extinto as carruagens pela aquela tração, não o fim das carruagens, entretanto, o que está sendo feito é a usurpação dos pontos que são de direitos dos seus permissionários (charreteiros). Licitar uma empresa para explorar os pontos é uma aberração. Os charreteiros concordam que a tração animal não era mais cabível, só não contavam que iriam tomar seus pontos e que ofertariam a uma empresa para atuarem como empregador dos mesmos”, frisou o advogado.

    Nesta quarta-feira (13), um grupo de charreteiros e representantes da Prefeitura irão se reunir para discutir as reivindicações da categoria e a proposta de trabalho feita pela empresa responsável pelo atrativo turístico.

    Em nota, a Prefeitura informa que o chamamento público aberto e concluído em 2019 definiu o modelo de veículo e a empresa que prestaria o serviço. Desde o início, houve o compromisso do município de que a empresa aproveitaria a mão de obra dos ex-charreteiros. Neste ano, o município convocou a empresa, cobrando a operação, assim como reiterou a necessidade do cumprimento do compromisso assumido naquela época, de contratação dos ex-charreteiros. A primeira contratada, que conduz o protótipo do veículo em operação atualmente, é uma ex-charreteira, demonstrando o cumprimento do que previu o acordo firmado na época. A empresa já informou que outros profissionais que atuavam nas charretes serão contratados, com a entrada em operação de outros veículos, conforme prevê o plano de operação.

    Últimas